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Caminhoneiros cobram diesel mais barato e não descartam ‘medida radical’

Insatisfeita, categoria destaca que Cartão Caminhoneiro e reajuste de preço a cada 15 dias não surtem efeito na prática

Em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, dia 8, representantes dos caminhoneiros demonstraram insatisfação com os programas do governo federal para atender a categoria, como a criação do Cartão Caminhoneiro, que dá maior previsibilidade para compra do óleo diesel e mudança nos reajustes do combustível. O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, cobrou uma nova política de preços da Petrobras e não descartou uma “medida mais radical”.

O líder dos caminhoneiros do Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Dahmer, afirmou que os preços dos combustíveis já atingiram o patamar de maio de 2018, quando a categoria fez greve. “A mesma onda de maio passado está se agitando de novo”.

Dahmer, além disso, defendeu o tabelamento dos fretes e disse que o estudo encomendado pelo governo federal para atualização da tabela não deve atender à demanda dos caminhoneiros.

“Piso mínimo de frete é essencial para o trabalhador. É só questão de custo. Quem diz que vai dar inflação são os grandes, que não querem. Tem exploração. CNA e CNI têm que deixar de explorar e entrar em questão de mercado mínimo”, disse Dahmer.

Cartão Caminhoneiro

O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, afirmou que a situação está “muito perto” daquela deflagrada no ano passado com a greve geral dos caminhoneiros. Além disso, fez críticas sobre as políticas anunciadas pelo governo recentemente.

“O ajuste de preço a cada 15 dias não causa nenhum reflexo na previsibilidade. O Cartão Caminhoneiro fala em garantia de preço para 500 litros de diesel. Mas o caminhoneiro não tem como pagar de forma antecipada. Se ele não receber adiantamento do frete, ele nem viaja”, destacou.

Nova call to action

O deputado federal Bosco Costa, autor do requerimento para realização da audiência, mostrou preocupação com a falta de solução para o preço do óleo diesel. “Se o Brasil parar, quem perde é o Brasil, 200 milhões de brasileiros”. Ele reclamou da ausência de representante da Petrobras na reunião e sugeriu convocar o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para prestar novos esclarecimentos