Planta invasora é encontrada muitas propriedades da região central e gera um gasto médio para combate de 6 sacas por hectare
Os produtores de Rio brilhante cultivarão uma área de 110 mil hectares, mas ainda não começaram devido à falta de chuvas na região. Mas, este não é a principal preocupação para esta safra, já que certa erva daninha está se espalhando rapidamente pelos campos, o capim amargoso e os custos para controle podem superar a casa das 6 sacas por hectare.
A história parece se repetir a cada nova reclamação sobre as plantas daninhas, o produtor identifica à invasora, não a combate inicialmente e depois o problema gera um prejuízo considerável para erradicar.
Foi assim com o sojicultor de Rio Brilhante Luciano Manfio, que após aplicar uma vez o dessecador para a braquiária, percebeu que algumas plantas ficaram em pé, com folhas ainda bem verdes e agora precisa de pelo menos 4 aplicações para tentar se livrar das daninhas. “Cada planta produz muita semente e como o amargoso germina todo ano, não demos muito atenção para retirá-las. Hoje, está ai esse problema sério”, comenta Manfio.
Saiba mais sobre estas invasoras do campo:
Gastos com plantas daninhas podem ficar 400% mais altos
Safra 2016/2017 – Plantas daninhas e herbicidas
Nova erva daninha eleva em 7 vezes o gasto com controle
Segundo o consultor técnico do projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, a capacidade que essa planta tem de se propagar é absurda. Um vento pode levar uma semente longe. Uma planta chega a produzir aproximadamente 6.500 sementes. Na lavoura o grande problema é que ela compete com a soja e afeta a produtividade. “O amargoso vai competir pela luz e pelos nutrientes com a soja. Desta forma, alguns agricultores chegam a perder em uma alta competição de 30% a 40% da produtividade da soja, o que é muito alto”, garante Lantmann. “O agricultor, às vezes, não considera uma ou duas plantas. E a cada ano isso vai aumentando. Quando perceber o capim amargoso estará em toda a área.”
A recomendação dos especialistas é que o controle do capim amargoso seja realizado com manejo adequado, como a rotação de culturas, dessecação, cobertura de solo e o uso correto de herbicidas. “Devemos ser mais preventivos do que reativos para evitar problemas ainda mais graves”, diz o pesquisador da Embrapa Fernando Adegas. “Usar os agroquímicos indiscriminadamente gera resistência e depois ficará mais difícil tratar.”
Os gastos com herbicidas para controle de plantas daninhas podem ficar até 400% mais elevados para os produtores de algumas regiões do país na safra 2016/2017, justamente por causa desta resistência, garante Adegas.
Na propriedade de Manfio, a soja tomará pelo menos 800 hectares nesta safra. Em toda a área, é possível encontras um pezinho ou outro de amargoso. Em uma parte, a daninha está tomando metade da lavoura. Ele explica que faz uma aplicação antes do plantio, com uma mistura de glifosato e um pré emergente e depois, no meio da soja, mais uma aplicação com gramicida e glifosato. “Estou gastando pelo menos umas 6 sacas por hectare para combater essa planta invasora”, diz o produtor.