Cerimônia de posse de Dilma muda rotina de Brasília

Enquanto alguns estarão na capital federal apenas para assistir ao evento, outros se preparam para faturarA cerimônia de posse da nova presidente da República está mudando a rotina da capital federal. Férias e folgas no comércio foram adiadas. Enquanto alguns estarão em Brasília apenas para assistir ao evento, outros se preparam para faturar.

Período de férias em Brasília é sinônimo de tranqüilidade. O movimento, nesta época, cai pela metade. Mas a cada quatro anos, a posse dos novos governantes quebra a rotina da cidade. Bom para o comércio e para os hotéis. As reservas que, normalmente, não chegam a 25% no período agora já passam de 50%.

? Nós estamos hoje com 53% da nossa capacidade demandada. Nós acreditamos que, por conta dessa demanda, nós vamos chegar a 6ª para o réveillon e consequentemente a posse com 70%, 75% da ocupação da hotelaria ? diz o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Clayton Machado.

O hotel onde trabalha Daniel Braga está praticamente lotado. A procura refletiu nos valores das diárias. O quarto simples passou de R$ 300 para R$ 700. A maioria dos hóspedes vem de fora do país, um mais exigente do que o outro.

? Alguns têm vontade de trazer toda aquela estrutura que eles têm nos países para cá: frutas especiais, sucos especiais, alimentação e serviços mais rápidos, de passadora express. A gente teve que adaptar para atender a essas exigências ? explica Braga, supervisor do hotel.

Os bares e restaurantes também esperam aumentar as vendas. Tradicional reduto de políticos e empresários, o estabelecimento onde Francisco das Chagas é maitre reforçou os estoques. Ele trabalha na casa há mais de 30 anos e aposta que o faturamento será grande.

? Normalmente, quando há movimentação de posse, chega a um aumento de até 100% em relação a outros anos ? conta Chagas.

Longe do conforto e do glamour, os ambulantes também querem aproveitar a ocasião para reforçar o orçamento. É o caso dos vendedores Maria José e Raymundo Antônio da Silva, que têm autorização para vender lanches no dia primeiro. Com a habilidade da esposa na cozinha, ele sonha em chamar a atenção da nova presidente.

? Ela tem que vir aqui comer um cachorro quente com a gente, comer carne de sol com mandioca, feijão tropeiro, para ver se ela gosta. Tem ainda quem trabalha apenas para deixar a cidade limpa no dia da festa ? diz Silva.

Aos poucos o esquema de segurança está sendo montado na Esplanada dos Ministérios. Se não chover no dia da posse, Dilma Rousseff sairá da Catedral desfilando em carro aberto até o Congresso. Se chover, esse percurso será feito em carro fechado. E o público, estimado em 20 mil pessoas, poderá acompanhar tudo bem perto da avenida.

Antes de receber a faixa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no sábado, dia 1º, Dilma e o vice, Michel Temer, tomam posse na Câmara. Enquanto o momento não chega, os funcionários trabalham duro para que tudo saia como o planejado.