Certificação da carne bovina deve sair em 90 dias, diz Abras

Programa quer evitar o comércio de produtos com procedência de áreas ilegais do ParáUma comissão formada por três das principais redes varejistas de supermercado e grandes frigoríficos do país vai definir as regras para rastrear a carne bovina consumida no país. As diretrizes do programa de certificação do setor serão definidas em 90 dias. O tema foi discutido nesta quarta, dia 29, na sede da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O programa de certificação de produção responsável da cadeia bovina quer evitar o comércio de carnes com procedência de áreas ilegais do Pará. A iniciativa partiu da rede varejista e de três frigoríficos que foram apontados pelo Ministério Público do Pará como grandes responsáveis pelo desmatamento no bioma amazônico. As empresas procuraram a Abras para traçar medidas e coibir a comercialização não-adequada da carne bovina. Uma empresa de auditoria vai auxiliar o comitê na validação de certificações e rastreabilidade dos fornecedores.

? Num primeiro momento, nós temos que usar o que é base legal, como qualquer outra certificação. Não cabe ao programa de certificação criar outros conhecimentos a não ser os do processo anterior ? afirma a diretoria da SGS Certificadora, Rosemary França Vianna.

Quanto aos custos do programa para adequação às normas e para certificação, as entidades afirmam que é cedo para saber o impacto tanto para produtores quanto para consumidor. Para o presidente da Abras, Sussumo Homda, a população deve procurar orientações na hora da compra.

? A Abras cria esse programa para termos uma referência para garantir ao consumidor essa certificação de origem. O consumidor vai ter orientação e os fornecedores também.

? Quanto mais adequado tiver, menor será o investimento para regularização ? afirma Rosemary.

Durante a coletiva, também foi divulgado o desempenho das vendas dos supermercados no primeiro semestre. No acumulado do ano, o setor registrou crescimento de 5,27% em relação ao mesmo período de 2008. Mas na comparação com maio, a retração foi negativa em 5,59%. A queda, de acordo com o presidente da Abras, é justificada pelo desempenho do mês, já que maio teve mais dias para comercialização em relação a junho.