REUNIÃO

China quer reduzir lista de novos frigoríficos do Brasil aptos a exportar carnes

Carlos Fávaro sugeriu a adoção do mecanismo de "pre-listing" como forma de acelerar as autorizações de exportação de produtos para a China

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que autoridades da China requisitaram ao Brasil uma lista mais curta de frigoríficos habilitados a exportar proteínas.

Inicialmente, o Brasil apresentou uma lista com 62 plantas frigoríficas prontas para a habilitação, além de uma segunda lista com mais 15 plantas.

No entanto, o gigante asiático expressou a preferência por uma lista mais enxuta, a fim de simplificar o processo de autorização.

“Com isso, vamos chamar as entidades representativas de classe dos frigoríficos, para então reduzirmos essa lista para que nós possamos ter novas plantas habilitadas ainda neste ano”, disse Fávaro nesta quinta-feira (24), durante a reunião preparatória da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).

A China é o principal parceiro comercial do Brasil, sendo o destino principal das exportações brasileiras de proteína animal, que incluem carne bovina, suína e de frango.

Desburocratização

Fávaro sugeriu a adoção do mecanismo de “pre-listing” como forma de acelerar as autorizações de exportação de produtos para a China

O pre-listing é uma espécie de listagem prévia, que acelera a autorização para a exportação. O modelo de “fast-track” elimina etapas burocráticas feitas pela aduana da China e poderia aumentar o fluxo de exportações.

“O que vai ficando pronto aqui, o Brasil coloca no sistema e já fica habilitado. Esse é um pleito importante que o país ganharia muito mercado. Os Estados Unidos já tem esse reconhecimento e como nós somos o principal parceiro comercial do agro, ter a possibilidade de fornecer e eles reconhecerem a pré-listing brasileira nos daria mais competitividade e ganho de mercado”.

Outras demandas

A certificação do algodão brasileiro foi outro ponto citado por Fávaro. “O Ministério da Agricultura está com laboratório atestando a qualidade do algodão, nós implementamos e nesta semana entregamos o primeiro certificado de qualidade à Chinatex, que é a maior compradora de algodão brasileiro”.

A China compra 30% do algodão brasileiro que consome.

O Ministério da Agricultura e Pecuária propõe também uma reunião sanitária com os técnicos chineses para os seguintes temas: o reconhecimento da regionalização para a gripe aviária na exportação de carnes de aves, habilitação de novas plantas de proteínas bovinas, suínas e aves, revisão do protocolo de exportação de carne bovina em virtude de EEB e o reconhecimento do status do Brasil livre de febre aftosa e peste suína clássica.

Nas próximas reuniões da Cosban, o ministro pretende negociar a abertura do mercado chinês para a noz pecã brasileira e o memorando de entendimento com relação aos pesticidas, que amplia a transparência e confiança em relação aos produtos oriundos da China.

“Temos negociações avançadas na liberação do grãos, como sorgo e gergelim e também uva fresca”, registrou Fávaro.