Chuva no Rio Grande do Sul pode prejudicar qualidade do trigo

Segundo pesquisadores do Cepea, caso as perdas nas lavouras gaúchas sejam confirmadas, as cotações do cereal podem se sustentar ainda em 2013O excesso de chuva que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul pode prejudicar a qualidade e o rendimento do trigo do Estado, alertou nesta sexta, dia 31, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O clima desfavorável no meio deste ano, com incidência de geada negra, também danificou grande parte das lavouras do Paraná. A expectativa de agentes colaboradores do Cepea era de que, com a entrada da safra do Rio Grande do Sul, os preços do trigo no mercado doméstico pudessem cair, volta

Segundo pesquisadores do Cepea, caso as perdas nas lavouras gaúchas sejam confirmadas, as cotações do cereal podem se sustentar ainda em 2013. É importante ressaltar que as importações também irão influenciar a movimentação dos valores no Brasil nos próximos meses.

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Colheita

As condições meteorológicas registradas nesta semana favoreceram o trabalho de colheita das lavouras de trigo, etapa que alcança 20% do total semeado com o grão no Rio Grande do Sul. Conforme informações divulgadas nesta quinta, dia 31, no Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, as chuvas ocorridas recentemente, acompanhadas de fortes ventos, causaram prejuízos e danos pontuais, não tendo reflexos na safra como um todo.

O processo de retirada dos grãos das lavouras deverá se intensificar em novembro, quando a área colhida deve chegar a 95%, considerando-se os resultados obtidos nas últimas cinco safras. Os rendimentos obtidos pelos triticultores, até o momento, têm se mantido em patamares elevados, com os grãos apresentando boa qualidade.

Mesmo com a entrada da nova safra de trigo, o preço médio da saca de 60 quilos, pago ao produtor, segue em elevação constante. Durante o último período, a valorização foi de 1,03% sobre o preço anterior, levando-o para R$ 41,13.

Ainda conforme o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, neste início de primavera, com o aumento da temperatura, luminosidade e precipitação, está ocorrendo o rebrote acentuado das espécies forrageiras de campo nativo e também o incremento da produção e da qualidade das pastagens anuais e perenes de verão, como sorgo forrageiro, milheto, capim elefante e tifton, entre outras.

As gramíneas anuais de inverno, especialmente o azevém, em áreas que não foram preparadas para o cultivo de grãos, ainda permitem o pastoreio direto dos animais, apesar da diminuição gradativa da capacidade nutricional das plantas, com a redução dos teores de proteína e aumento das fibras. Muitas áreas de pastagem de inverno começam a ceder lugar para a implantação das culturas de verão, como soja e milho, que são destinadas tanto para produção de grãos quanto para a de silagem.

Com a melhoria das condições do campo nativo, tem melhorado também a condição nutricional do rebanho de corte, que apresenta estado sanitário satisfatório, com baixa incidência de parasitas. Com relação ao rebanho leiteiro, os animais também estão em bom estado sanitário, com produtividade dentro do esperado.