Cientistas acreditam que sapos podem prever tremores de terra

Estudo observou êxodo massivo dos anfíbios na região central da Itália cinco dias antes do sismo que sacudiu L'AquilaNa próxima viagem para o Chile, a Indonésia ou a Califórnia, entre outros locais sujeitos a abalos sísmicos frequentes, leve na bagagem um sapo. Absurdo? Não exatamente, a se levar em conta o estudo de um grupo de cientistas britânicos, para os quais esses anfíbios podem ser um importante aliado nos esforços mundiais para prever terremotos devastadores.

Os pesquisadores da Universidade Aberta, da Grã-Bretanha, afirmam ter observado um êxodo massivo de sapos na região central da Itália, com destino a outras áreas, cinco dias antes do sismo de 6,3 graus na escala Richter que sacudiu a cidade de L’Aquila e seus arredores em 6 de abril do ano passado, matando pelo menos 308 pessoas. O estudo, publicado no Jornal de Zoologia da Sociedade Zoológica de Londres, indica que esses animais seriam capazes de sentir mudanças ambientais imperceptíveis aos seres humanos. Conforme a britânica Rachel Grant, os sapos detectariam indícios pré-sísmicos, como a emissão de gás radônio ? resultante do acúmulo de pressão na crosta terrestre antes de um terremoto ? e de partículas eletricamente carregadas. Para Rachel, essa capacidade seria resultado de milhões de anos de evolução e permitiria aos sapos migrar para um local seguro.

No ano passado, intrigados com o desaparecimento dos sapos em plena época de reprodução, os cientistas rastrearam a população dos anfíbios. Descobriram que 96% dos machos ? que superam em muito o número de fêmeas em locais de acasalamento ? abandonaram o local, a 74 quilômetros do epicentro do terremoto. Três dias depois do tremor, o número de sapos na área foi reduzido a zero.

? Um dia após o terremoto, começaram a regressar. O número era, porém, menor do que o normal e permaneceu baixo até depois do último tremor secundário ? contou Rachel.