Os pesquisadores da Universidade Aberta, da Grã-Bretanha, afirmam ter observado um êxodo massivo de sapos na região central da Itália, com destino a outras áreas, cinco dias antes do sismo de 6,3 graus na escala Richter que sacudiu a cidade de L’Aquila e seus arredores em 6 de abril do ano passado, matando pelo menos 308 pessoas. O estudo, publicado no Jornal de Zoologia da Sociedade Zoológica de Londres, indica que esses animais seriam capazes de sentir mudanças ambientais imperceptíveis aos seres humanos. Conforme a britânica Rachel Grant, os sapos detectariam indícios pré-sísmicos, como a emissão de gás radônio ? resultante do acúmulo de pressão na crosta terrestre antes de um terremoto ? e de partículas eletricamente carregadas. Para Rachel, essa capacidade seria resultado de milhões de anos de evolução e permitiria aos sapos migrar para um local seguro.
No ano passado, intrigados com o desaparecimento dos sapos em plena época de reprodução, os cientistas rastrearam a população dos anfíbios. Descobriram que 96% dos machos ? que superam em muito o número de fêmeas em locais de acasalamento ? abandonaram o local, a 74 quilômetros do epicentro do terremoto. Três dias depois do tremor, o número de sapos na área foi reduzido a zero.
? Um dia após o terremoto, começaram a regressar. O número era, porém, menor do que o normal e permaneceu baixo até depois do último tremor secundário ? contou Rachel.