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Clima quente e seco derruba cotações do café

As cotações do café arábica continuam em queda no mercado interno, marcando o menor valor desde abril de 2021

café, toxina
Foto: Heckel Junior/Acervo Seagri

As cotações do café arábica continuam em queda no mercado interno, marcando o menor valor desde abril de 2021, segundo dados do Cepea. O cenário de baixa persiste há dois meses, com a média parcial de setembro em R$ 815 a saca de 60 kg. O analista de mercado Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, aponta que a previsão de uma safra excepcional acima de 70 milhões de sacas contribui para a pressão nos preços. O clima, influenciado pelo fenômeno El Niño, é um fator preocupante, com a falta de chuvas afetando a formação dos grãos.

A situação coloca os produtores em alerta, já que a confirmação da safra depende das condições climáticas. O baixo índice pluviométrico compromete a florada e, consequentemente, a produtividade. O mercado internacional observa com atenção as previsões de chuvas, especialmente no sul de Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia.

Bonfá destaca a dificuldade de prever uma recuperação imediata nos preços devido aos níveis técnicos da bolsa, consolidando um cenário de produção expressiva. A variação do dólar e seus impactos na Bolsa de Nova York também são elementos cruciais na análise, com uma relação inversamente proporcional entre o real e os preços do café.

A comercialização da safra em andamento já atingiu cerca de 50%, com produtores buscando estratégias para otimizar a venda. No entanto, a necessidade de recursos para investimentos e tratos culturais pode influenciar o ritmo de vendas. O mercado acompanha de perto as oscilações cambiais e a influência do clima para entender os possíveis desdobramentos na próxima temporada.

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