Com foco no segmento de açúcar, Rabobank pretende dobrar carteira de crédito no Brasil

Atualmente, portfólio de empréstimos do banco soma US$ 4,5 bilhõesO Rabobank pretende dobrar a carteira de financiamentos ao setor do agronegócio no Brasil nos próximos anos, afirmou Tom van Nimwegen, diretor do banco no país. Atualmente, o portfólio de empréstimos soma US$ 4,5 bilhões. Desse total, perto de 40%, ou US$ 1,8 bilhão, destina-se ao segmento de açúcar, uma das principais apostas. Trata-se da maior carteira para o setor do banco no mundo, com capacidade de dobrar de tamanho em três a cinco anos.

— O segmento de açúcar é um dos mais estratégicos para nós — disse.

A perspectiva é de que a capacidade instalada de moagem de cana-de-açúcar no país duplique dos atuais 600 milhões de toneladas para 1,2 bilhão de toneladas até 2020. O objetivo do Rabobank é acompanhar esse avanço.

Hoje, a atuação do Rabobank está mais voltada para o alongamento de dívidas e financiamento do capital de giro dos clientes, já que os investimentos no setor seguem praticamente congelados.

— O setor está em uma fase difícil e agora é hora de dar apoio aos clientes do banco, não é momento de investir — afirmou Maria do Carmo Ferrante, chefe do setor de açúcar do Rabobank para as Américas.

Para ela, os investimentos só serão retomados quando o Brasil voltar a moer 600 milhões de toneladas de cana por ano, número equivalente à capacidade instalada. Hoje, a moagem está em 500 milhões de toneladas.

A política interna de estabilidade de preços da gasolina é geralmente apontada como um dos principais fatores que deprimem o investimento na área. Entretanto, para o Rabobank, o setor precisa buscar a melhora da competitividade, com ajustes nos canaviais e aprendizado da mecanização das lavouras.