Com plantio atrasado, produtor repensa a safrinha em MG

Apenas 10% da área foi semeada até o momento por causa do tempo seco, se atraso persistir, os produtores vão diminuir a segunda safra

Henrique Bighetti | Uberlândia (MG)

Em Minas Gerais, o plantio da soja ainda não alcançou nem 10% da área total prevista para esta safra, que é de 1,3 milhão de hectares. A estiagem está atrapalhando o cultivo do grão. Mesmo com o retorno das chuvas, alguns produtores estão preocupados com a janela de plantio para a segunda safra de milho.

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Em muitas regiões o déficit hídrico ainda é grande, e a instabilidade do clima deixa os produtores mais cautelosos. A expectativa é que a semeadura ganhe força nas primeiras semanas de novembro.

– Isso pode impactar no nosso planejamento de safrinha, que já é uma realidade para nós. No mês de fevereiro, nós temos uma janela de 30 dias, os primeiros 15 dias são o melhores. Depois disso, a gente acredita que a produtividade fica comprometida – avalia o presidente da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Faemg), Claudionor Nunes Morais.

Segundo ele, outra preocupação é com os veranicos no mês de janeiro, período onde geralmente ocorre a formação do grão.

O tempo é curto e as maquinas estão trabalhando dobrado para aproveitar a umidade do solo. Em uma propriedade próxima de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o plantio dos três mil hectares de soja começou esta semana. O produtor Júlio César Pereira Junior, esperava iniciar o cultivo do grão há 15 dias, mas a seca atrapalhou o planejamento.

Para acelerar o processo, o produtor utiliza duas plantadeiras e, mesmo assim, ele ainda acredita que vai precisar de 30 dias para finalizar todo o plantio. Com isso, uma parte da área de milho, que seria plantada na safrinha, pode dar lugar ao trigo.

– A gente já tem certeza que pelo menos 20% da nossa safrinha já foi embora. A gente tinha um planejamento de cobrir pelo menos 50% da nossa área com milho e nós não vamos conseguir isso. Eu acredito que a gente não consiga nem mais 40%, mas vamos esperar para ver como será o desenvolvimento da lavoura. A nossa preocupação é com a safrinha – explica o agricultor.

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