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SHOW RURAL

Conab procura intervir no mercado de grãos, diz Edegar Pretto

O presidente da Conab destacou que o Brasil tem conseguido recuperar sua capacidade estática de armazenamento

Edgar, Conab
Foto: Celso Bender/ALRS

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, ressaltou, em entrevista à Agência Safras, durante o Show Rural Coopavel, que a entidade tem procurado intervir no mercado de grãos para tentar trazer tranquilidade aos produtores.

Ele afirma que a Conab pode intervir no mercado e comprar certos produtos quando o preço está abaixo do mínimo, para garantir ao produtor, no mínimo, o valor de custo de produção.

“Foi o que a estatal fez no ano passado com o milho, já que o preço estava nessas condições em pelo menos seis estados. Não foram adquiridos todos os volumes que o governo planejava, mas com um investimento da ordem de R$ 500 milhões, garantiu-se a compra de quase 400 mil toneladas”, pontua.

Agora, por outro lado, quando o preço em algumas regiões gira em torno de R$ 100 por saca, como no Nordeste, a Conab tem conseguido ofertar milho por cerca de R$ 60 a saca, valores ainda superiores aos pagos em Mato Grosso (R$ 43) e Mato Grosso do Sul (R$ 55).

Pretto diz que o governo tem procurado, por meio da Conab, aumentar a capacidade de armazenagem, terceirizando serviços e oferecendo os armazéns às cooperativas interessadas em utilizar unidades de estocagem públicas, pagando um preço de mercado.

No caso do milho, ele destaca que com essa política de compra e venda por parte do governo, o produtor pode ter uma melhor opção de escolha, estocando sua safra ou vendendo no melhor tempo.

“Isso também vale para o setor de proteína animal, pois se a indústria conseguir estabilidade de oferta do cereal em estados deficitários, como o Rio Grande do Sul, por exemplo, o preço da carne de frango e suína tende a baixar, proporcionando uma maior estabilidade ao mercado como um todo”, sinaliza.

Brasil está recuperando área cultivada de arroz

O presidente da Conab ressaltou que o arroz tende a ter um ano mais positivo. Ele disse que, após ter cultivado a menor lavoura em 47 anos na última safra, estima-se um crescimento de 5% na área cultivada de arroz nessa temporada.

Pretto sinaliza que 70% da área ainda é cultivada no Rio Grande do Sul, estado bastante vulnerável à seca. “Apesar disso, temos a garantia de que não irá faltar arroz no país, o que é uma boa notícia, embora isso ainda seja muito pouco”, sinaliza.

Nesse sentido, a Conab está firmando um termo de parceria com a Embrapa que visa desenvolver sementes produzidas de arroz para outras regiões, como era no passado, mas que acabaram se perdendo com o tempo.

Pretto afirma que, mesmo com áreas menores, inclusive de feijão, o país ainda tem conseguido manter a produção em ambas as culturas, devido às tecnologias. “Mas é necessário melhorar tudo isso para que a produção desses produtos básicos, essenciais para atender à demanda da população brasileira, volte a crescer”, finaliza.

Capacidade estática de armazenagem

Pretto destacou que o Brasil tem conseguido recuperar sua capacidade estática de armazenamento, mesmo possuindo um déficit bastante elevado, calculado em cerca de 125 milhões de toneladas na safra de 2023.

Pretto afirma que o Brasil não possui armazéns suficientes e que não pode ficar inativo. No Paraná, ele destaca algo específico: os investimentos que a Itaipu Binacional pode fazer para recuperar unidades armazenadoras no estado e em Mato Grosso do Sul.

“Mas é preciso fazer isso em todo o Brasil. Através de um convênio assinado pela Conab, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá fazer um estudo de capacidade de armazenagem em todo o país, para apontar em cada região é possível haver uma recuperação”, afirma.

O presidente da Conab disse que nas unidades avaliadas em que o BNDES entender que é possível uma recuperação, será feito um adiantamento de recursos para a Conab, que colocará em garantia imóveis que não terão condições de serem reaproveitados.

Pretto detalha que, em 2023, a Conab realizou uma chamada pública para interessados em terceirizar unidades de armazenagem, por meio de um recálculo do valor pago, que estava defasado desde 2016, estabelecendo um reajuste de 34%. “Foi possível, com a medida, recuperar 14 unidades armazenadoras. A ideia é ampliar esse número ao longo deste ano”, conclui.

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