Conferência reunirá organizações mundiais para analisar crise alimentícia

Foco das sessões de trabalho será "bom governo" mundial e regional para a agricultura como motor de crescimentoRepresentantes do Banco Mundial, da Comissão Européia, da Organização Mundial do Comércio (OMC), da FAO e de associações de todo o mundo debaterão na quinta-feira, dia 3, o papel da agricultura na resolução da crise alimentícia mundial.

A conferência Quem vai alimentar o mundo reunirá na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas (Bélgica) especialistas de quatro continentes para analisar os desafios da agricultura, em um contexto de crise pelos altos preços e falta dos alimentos.

A França, que assumirá na terça, dia 1º, a presidência rotativa da UE, organizou esta conferência para fazer com que os preços dos alimentos e a agricultura tenham um papel de destaque no próximo semestre, já que, nos meses seguintes, os 27 países-membros negociarão uma revisão de sua Política Agrícola Comum.

De forma mais ampla, o objetivo da conferência é estudar de que forma a produção agrícola pode aumentar até 2050, para garantir o sustento da população mundial ? que segundo previsões, teria três bilhões de pessoas a mais ? conservando o planeta e protegendo o meio ambiente.

As sessões de trabalho se centrarão em assuntos como o “bom governo” mundial e regional para os produtores, e a agricultura como motor de crescimento.

Esta convocação sucede a cúpula sobre a Segurança Alimentar realizada no início do mês em Roma pela FAO, organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, que terminou com a reiteração do compromisso dos países de acabar com a fome, mas com a contestação de boa parte da América Latina e da sociedade civil à sinceridade desse objetivo.

Dentro da UE, os chefes de Estado dos 27 países debateram este mês, no Conselho Europeu, medidas para remediar os preços e a escassez dos alimentos, tanto na Europa como no terceiro mundo.

No Conselho Europeu, a UE anunciou medidas como um aumento da ajuda à distribuição de alimentos entre as classes mais pobres dentro da Europa e a concessão do dinheiro adquirido por meio da PAC aos agricultores do terceiro mundo, apesar das conclusões sobre o preço dos alimentos terem sido consideradas gerais demais.