• Relembre os casos de disputa de terra entre índios e produtores em 2014
Ele reclamou de autoridades políticas que estimulam os conflitos por interesses eleitoreiros e políticos e declarou que não vai assinar a portaria que altera as regras de demarcação enquanto não esgotar todas as tentativas de diálogo.
– As pessoas têm a falsa ilusão que assinando ou não uma portaria vai resolver o problema, mas isso é falso. Se eu assinar a portaria de demarcação sem construir um processo de pacificação, tenho a crise instalada imediatamente. No mundo inteiro é preferível a mediação à decisão judicial. No Brasil, há mais razões ainda, nosso sistema como o nosso que demora décadas para tomar uma decisão – salienta.
O ministro da Justiça também rebateu as críticas de parlamentares ruralistas e indigenistas de que há omissão para a solução dos conflitos por disputa de terras. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) estuda, inclusive, buscar a responsabilização criminal do ministro.
– A postura do Ministério da Justiça não é de omissão, é de ação e na perspectiva de conciliação e da paz. Algumas pessoas que devem ter suas razões eleitorais, políticas ou que eu desconheço, mas o Ministério continua firme na perspectiva da pacificação e na busca do entendimento – afirma.
Cardozo citou Santa Catarina como exemplo positivo na resolução de conflitos e disse que índios e produtores estão começando a concordar em instituir uma negociação no Rio Grande do Sul.
O auge da tensão entre índios e produtores no Estado ocorreu na tarde de segunda, quando após a manifestação indígena pela agilidade na demarcação de terras, os irmãos Anderson e Alcemar Souza morreram. Os nomes dos suspeitos já foram encaminhados para investigação.
Veja o depoimento do policial da Brigada Militar:
A tensão fez o prefeito da cidade, Selso Pelin, decretar estado de calamidade pública e luto oficial de três dias.
Em Passo Fundo, agricultores realizaram uma marcha até a sede da Funai no município para protestar contra o ocorrido. Segundo o coordenador geral da Fretaf Sul, Rui Valença, os agricultores marcharam carregando faixas e caixões, simbolizando o “assassinato dos dois trabalhadores rurais”, com o objetivo de cobrar das autoridades providências imediatas com relação às demarcações de terras e à mediação de conflitos.
• Veja aqui a galeria de fotos da mobilização
• Farsul defende mais segurança pública para conter crimes: