Congresso debate a importância do milho e do sorgo na produção de alimentos e energia

Participantes alertam para a importância de investir em tecnologia nas lavouras destes grãosO futuro do milho e do sorgo para a produção de alimentos e agroenergia no Brasil e no mundo estão em discussão no 27º Congresso Nacional das duas culturas. O encontro ocorre em Londrina, no Paraná, e reúne pesquisadores e especialistas do setor até a próxima quinta, dia 4.

Um dos objetivos do congresso é mostrar a importância de potencializar a lavoura nacional de milho para garantir espaço no mercado de alimentos e biocombustíveis.

? Se nós pegarmos hoje, no Brasil, as áreas que ainda não produzem milho com tecnologia, com boa produtividade, e fizermos com que tenham condições de produzir nestas condições, nós vamos ter um salto de produção no país extremamente significativo, principalmente em áreas de propriedade familiar, sem necessidade de avanço em grandes extensões de novas áreas para plantio ? afirmou o presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Odacir Klein.

A mesma metodologia deve ser seguida para outras culturas. O sorgo, considerado um primo pobre do trigo, tem alto potencial para o mercado energético, segundo a Embrapa. O grão produz de quatro a seis mil litros de etanol por hectare, muito perto da cana, que está entre 6,5 mil e 7,5 mil litros por hectare.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Décio Gazzoni, o sorgo sacarino já é pesquisado e utilizado nos Estados Unidos, e a Índia também está estimulando esta cultura. Segundo Gazzon, o rendimento deste grão na produção de biocombustível se aproxima do rendimento do etanol da cana-de-açúcar por unidade de área:

? Tudo isso são coisas que existem no Exterior e que nós estamos fazendo um esforço de internalizar. O governo pode entrar subsidiando os primeiros anos, desenvolvendo tecnologia, demonstrando que isso é possível para que o mercado tome a decisão racional de investir no sorgo.