Consultora do mercado de algodão diz que questões políticas atrasam retaliação do Brasil aos EUA

Maria de Lourdes Yamaguti acredita que sanções poderiam ter sido aplicadas em 2005A Organização Mundial do Comércio (OMC) deve definir até o dia 2 de julho a forma como o Brasil poderá retaliar os Estados Unidos, depois da vitória definitiva no questionamento de subsídios à produção americana de algodão. A expectativa é de que as sanções sejam equivalentes a US$ 4 bilhões de dólares.

O processo se arrasta desde 2003, quando o Brasil questionou os incentivos americanos aos cotonicultores. Confirmada a primeira vitória, os Estados Unidos recorreram à corte de apelações da OMC, alegando impossibilidade de acatar as retaliações, mas os argumentos foram rejeitados pelas autoridades internacionais.

Para a analista do mercado de algodão Maria de Lourdes Yamaguti, a disputa entre Brasil e Estados Unidos envolve outras questões além da cotonicultura. Daí o longo tempo de discussões na Organização Mundial do Comércio.

– Há questões políticas. Esse atraso todo está sendo muito bem articulado em função do etanol, do plantio de milho, de soja. Há muita coisa envolvida do que simplesmente entrar com uma retaliação que deveria ter sido feita em 2005 ? disse Maria de Lourdes, em entrevista ao Agribusiness Online, nesta quarta-feira, dia 25.

Apesar de toda a polêmica, a disputa entre Brasil e Estados Unidos não é a principal preocupação dos produtores brasileiros neste momento, na opinião de Maria de Lourdes Yamaguti. De acordo com ela, a maior atenção está em garantir a rentabilidade, neste início de safra no país, uma vez que os estoques vêm sendo consumidos e a situação financeira do setor, se agravando.