Controle de plantas daninhas deve começar na entressafra

O trabalho do sojicultor deve iniciar na entressafra para que a lavoura seja produtiva e evite o surgimento de espécies invasoras

Especialista sugere que o trabalho comece antes do plantio para que a lavoura seja produtiva e evite o surgimento de espécies invasoras

Sebastião Garcia | Londrina (PR)

A entressafra é o momento mais importante para o manejo e controle de plantas daninhas na soja. O plantio começa em pouco mais de três meses, mas os procedimentos feitos agora na área de plantio vão refletir na qualidade dos grãos e na produtividade da lavoura. Esse é o assunto de mais uma reportagem do Projeto Soja Brasil.

O trabalho para a próxima safra de soja começa com o campo limpo, sem nenhuma muda viva. O produtor tem que ficar de olho, lembra o pesquisador Dionísio Gazziero, da Embrapa Soja de Londrina, porque se qualquer planta aparecer, ela tem que ser combatida logo.

– O agricultor tem que prestar atenção porque ele começa agora, neste período de entressafra e vai manejando essa área até chegar o momento do cultivo da soja, que é o momento em que ele deve estar zerado de planta daninha – explica Grazziero.

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A aplicação de herbicidas é a forma mais comum de se fazer o controle de plantas daninhas na entressafra da soja. Segundo o especialista, os produtos dissecantes tem ação mais forte e, por isso, são recomendados pra esta época. O controle deve começar a ser feito entre 15 e 20 dias depois da última colheita na mesma área. O trabalho pode variar de acordo com a região. E também com o clima.

O chamado controle cultural é outra importante ferramenta para evitar que as plantas daninhas apareçam. É o uso de boas práticas agrícolas aplicadas na época da semeadura, como o espaçamento e a adubação bem feita. Essas práticas favorecem o desenvolvimento da soja e dificultam a sobrevivência das plantas invasoras.

As plantas daninhas competem com a soja por nutrientes, por água, espaço e luz. Se o controle não for bem feito, pode aumentar o chamado banco de sementes, que são as que ainda estão no solo, tanto na superfície, quanto na profundidade e que não conseguem germinar.

Os especialistas elegeram duas espécies como as mais preocupantes: a buva e o capim amargoso. A presença destas e de outras plantas daninhas nas lavouras de soja pode refletir em perdas de qualidade dos grãos, no rendimento e, até mesmo, inviabilizar uma colheita. A atenção deve ser maior agora, mas o alerta dos pesquisadores é que o controle seja feito o ano todo.

As formas controle de plantas daninhas, com as orientações dos especialistas, serão discutidas na próxima edição do Projeto Soja Brasil, na internet e no Canal Rural. O pesquisador Dionísio Gazziero, que está em Londrina, uma das grandes regiões produtoras do Brasil, lembra que este é o momento importante para observar as condições das áreas onde a soja vai ser semeada.

– Se nós não fizermos um bom controle agora, nós vamos ficar com uma situação de planta mal controlada que vai entrar na cultura da soja e as coisas daí começam a se complicar cada vez mais. Então, se nós mantivermos esta área limpa agora, neste período de entressafra, nós podemos começar com mais tranquilidade o cultivo da soja no momento adequado para cada região – completa Grazziero.

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