O secretário executivo do Consórcio Amazônia Legal, Marcello Brito, foi o convidado desta edição do Canal Rural Entrevista. Direto de Dubai, onde aconteceu a COP28, Britto conversou com o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira,
A conversa destacou os objetivos e as expectativas do Consórcio em relação aos grandes temas de interesse do agronegócio e da sociedade brasileira.
Integração e colaboração: o papel do Consórcio Amazônia Legal
O Consórcio Amazônia Legal, que reúne os nove estados da região, visa trabalhar na estruturação de uma colaboração pré-competitiva entre os estados.
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Brito destacou a importância de criar um “link” entre os estados, explorando suas riquezas e potencialidades, facilitando o acesso a investidores e governos internacionais.
“Os estados da Amazônia são menos coesos do que os do Nordeste”, disse Brito. “Estamos construindo um elo, um link que conecta não só os estados, mas também o Brasil à Amazônia.”
Sustentabilidade e desafios ambientais
No contexto da COP28, Brito discutiu os desafios ambientais enfrentados pela Amazônia, especialmente no que diz respeito ao desmatamento ilegal. Ele enfatizou a necessidade de seguir as leis ambientais e a importância de discutir a questão do desmatamento legal no âmbito do mercado.
“Discutir desmatamento ilegal é absurdo. Cumprir a lei é crucial.”, afirmou Brito.
“A discussão atual sobre o desmatamento legal se concentra no âmbito do mercado. Podemos afirmar que o Código Florestal brasileiro permite o desmatamento, o que é positivo. No entanto, se um cliente se recusar a comprar seu produto, a questão se torna: como obrigá-lo a adquiri-lo? Não podemos impor nossa legislação no exterior, assim como eles não podem impor a deles aqui. Portanto, é crucial abordar duas questões: a estruturação do mercado e o acesso a ele, considerando as novas condições globais de comercialização. A lei do mercado, baseada na oferta e procura, prevalece naquilo que desejamos alcançar”, complementa.
Posicionamento do Brasil na COP28 e perspectivas futuras
Marcello Brito elogiou o posicionamento do Brasil na COP28, afirmando que o país não está apenas buscando desculpas, mas sim cobrando os investimentos necessários para preservar a Amazônia.
Ele destacou a importância do Brasil participar ativamente das negociações internacionais, defendendo seus interesses e assumindo uma posição de destaque.
“Precisamos nos preparar para apresentar a ‘Amazônia mais 10’, uma nova agenda mundial”, disse Brito.
Ele enfatizou a importância de o Brasil assumir uma posição de liderança na discussão sobre natureza e sustentabilidade.
Sobre o financiamento para ações de mitigação das mudanças climáticas, Brito expressou otimismo, mencionando que o capital privado está investindo pesadamente nesse cenário.
Ele ressaltou a importância de comprovar a capacidade de implementar as ações prometidas pelos projetos apresentados nos últimos anos.
Além disso, Brito destacou a importância da colaboração entre os países da América Latina na COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. O objetivo da união latinoamericana é a construção de uma pauta econômica e climática, chamada de agenda da natureza.
“A COP30 será uma oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo sua liderança na conservação da Amazônia”, disse Brito. “Mas também será uma oportunidade para construirmos uma agenda comum com os países da América Latina, que compartilham conosco os desafios e oportunidades da floresta.”
O Canal Rural acompanha a COP28 com apoio de Portos do Paraná, OCB, CNA/Senar e ApexBrasil
