O corte dos recursos destinados à Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) deixará os agricultores mais inseguros em relação a eventuais flutuações no mercado dos produtos agrícolas, na opinião do presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Mello Alvarenga.
– De uma forma geral, os produtos mais afetados com a redução dos recursos para o preços mínimos são arroz, feijão, milho e mandioca – Alvarenga.
Na segunda, dia 14, o governo anunciou cortes nas dotações orçamentárias para a PGPM que reduz de R$ 1,1 bilhão em recursos previstos para todas as operações de subvenção e deve destinar apenas R$ 600 milhões ao programa. Uma das modalidades do programa é o leilão do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) no qual o governo concede uma subvenção econômica (prêmio) ao produtor, ou sua cooperativa, que se disponha a vender o produto pela diferença entre o valor de referência estipulado pelo governo federal e o valor do prêmio arrematado em leilão.
Em relação ao milho, por exemplo, no ano passado, as operações de Pepro movimentaram cerca de R$ 255,54 milhões (5,8 milhões de toneladas), segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Alvarenga afirmou que não há como prever se as culturas vão precisar do recurso no próximo ano, já que são muitas as variáveis que determinam o preço das commodities.
O presidente da SNA também criticou a possibilidade da volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
– Caso seja aprovada, irá impactar todos os segmentos da economia, inclusive o agronegócio. Enquanto o governo não fizer seu dever de casa, reduzindo drasticamente suas despesas, não há como falar em novos impostos, mesmo que sejam temporários. O que precisamos é reduzir os gastos – conclui.