Cotação do tomate na entressafra pode estimular produção mineira em 2014

Redução da oferta no atacado deve possibilitar melhoria de receita para os produtores do EstadoO início da entressafra do tomate em Minas Gerais, com a redução de oferta da hortaliça para o atacado e a possibilidade da venda para outros Estados, deve ajudar na recuperação dos preços ao produtor mineiro. Além disso, o novo cenário pode estimular a produção do fruto no Estado em 2014, segundo previsão da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base em dados da Emater-MG.

De acordo com a Seapa, os agricultores mineiros já se beneficiaram da lei da oferta e da procura nas vendas de tomate entre janeiro e junho, porque nesse período houve ajuste da produção nas lavouras à demanda do mercado. Dados do IBGE mostram que a colheita de tomate nas lavouras de Minas teve retração de 4,7% na safra 2012/2013 em relação ao período anterior, ficando em 424,8 mil toneladas.

O superintendente João Ricardo Albanez avalia que “as vendas do produto no primeiro semestre mostraram o efeito do ajuste da oferta à demanda de tomate, pois foram registradas as maiores cotações do ano, com o valor médio de R$ 2,08 o quilo no período, na comparação com a cotação de R$ 0,97 dos seis meses correspondentes do ano anterior”.

Embora o segundo semestre tenha registrado redução nos preços ao produtor, a cotação média da hortaliça, de janeiro a outubro de 2013, foi de R$ 1,58 o quilo – um aumento de 49% em relação ao valor de R$ 1,06 registrado em idêntico período do ano passado.

Migração cai

O agricultor Eliézio Carlos Martins produz tomate há 13 anos no município de Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, e está colhendo neste ano, em 200 hectares plantados, cerca de 450 mil caixas de 22,23 quilos. Ele explica que a melhoria do mercado do tomate em Minas é consequência, em parte, do esfriamento na migração de produtores para o cultivo.

– Nos períodos de alta do produto, um grande número de novos agricultores ocupava suas áreas de plantio com a hortaliça. O aumento repentino das lavouras provocava em curto prazo a superoferta da hortaliça e, como consequência, as cotações caíam e os novos produtores desistiam do cultivo – afirma o produtor

Martins ainda observa que a cultura do tomate demanda número expressivo de mão de obra e este tem sido um obstáculo para os interesses dos novos produtores. O agricultor ressalta que esse fator contribui para a diminuição da área plantada da hortaliça, o que favorece o ajuste do mercado e a melhoria da receita. Conforme o levantamento do IBGE tem ocorrido ajustes de área nas lavouras de tomate de Minas desde 2010, e em 2013 a redução em relação ao ano anterior foi de 3%, com o registro de uma área plantada de 6,7 mil hectares.  

>> Leia mais notícias sobre horticultura