No entanto, para Meirelles, os estoques dificultam a projeção do desempenho geral do agronegócio no ano. Ele cita o café como exemplo de descasamento entre produção e comercialização, um dos problemas que pesam sobre o setor.
— O café, que sempre apresentou índices favoráveis de comercialização, hoje está semiparalisado. Não pode haver esse desequilíbrio — acrescenta.
Meirelles avalia que a tendência agora é de incentivo à demanda para absorção da oferta, até mesmo no mercado doméstico.
— O mercado doméstico brasileiro tem condições de sustentar o setor. Ele pode ser motor, inclusive, para o fortalecimento do agronegócio — diz.
Questões estruturais e políticas foram citadas pelo representante da Faesp como principais motivos para a queda do PIB do agronegócio no acumulado deste ano em relação ao anterior. De janeiro a setembro, o recuo foi de 1% ante igual período de 2011.
— O problema é que não vemos aumento da produção atrelado ao aumento da produtividade — afirma.
Meirelles também criticou a alta dos custos no campo, acrescentando que “as políticas de governo não podem criar custos desproporcionais”.