ESTUDO

Cultivares de soja mais produtivas para o RS são divulgadas

Estudo realizado em três microrregiões produtoras de soja no estado foi conduzido pelo Sistema Farsul e pela Fundação Pró-Sementes

O Sistema Farsul e a Fundação Pró-Sementes divulgaram, nesta quarta-feira (26), o resultado dos Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) da safra de soja 2022/23.

Trata-se de uma pesquisa aprofundada sobre o cultivo do grão no Rio Grande do Sul, servindo como uma ferramenta para auxiliar a tomada de decisões do produtor e das assistências técnicas gaúchas.

O estudo foi realizado em três microrregiões produtoras de soja no estado, que se dividem em 11 municípios. Assim, foram analisadas as safras de duas épocas diferentes de semeadura em:

  • Pelotas
  • Cachoeira do Sul
  • Cacequi
  • São Gabriel
  • Bagé
  • São Luiz Gonzaga
  • Júlio de Castilhos
  • Santo Augusto
  • Passo Fundo
  • Lagoa Vermelha
  • Vacaria

Cultivares analisadas

sol calor
Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

Quarenta cultivares foram analisadas no período, definidas através da maior representatividade de hectares aprovados para a produção de sementes, indicados no Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o estado.

Os cultivares foram separados em dois grupos:

  • O primeiro deles com GM 5.0 à 6.1 (31 cultivares)
  • O segundo com GM 6.1 à 6.5 (9 cultivares)

As tecnologias utilizadas foram IPRO, IX2, E e RR. A amplitude da produtividade regional no estudo variou de 17 sacas por hectare em Cachoeira do Sul até 77 sacas por hectare em Vacaria. A produtividade máxima alcançada foi em Vacaria, com 108 scs/ha.

Os dois ensaios conduzidos em Bagé, assim como os ensaios conduzidos na várzea de Pelotas e Cachoeira do Sul foram perdidos devido aos efeitos da estiagem.

Veja os resultados

Microrregião 101

  • BS2606 IPRO: 76 scs/ha em Cacequi no ciclo precoce da 1ª época de semeadura
  • DM 56I59RSF IPRO: 42 scs/ha em São Gabriele; 27 scs/ha em Cachoeira do Sul

No ciclo precoce da 2ª semeadura:

  • C2530 RR: 28 scs/ha em Cachoeira do Sul

No ciclo médio/tardio de 1ª época:

  • BMX Garra IPRO: 35 scs/ha em Cachoeira do Sul
  • DM 64I63 IPRO: 39 scs/ha em São Gabriel

Já na 2ª época de plantio do ciclo médio/tardio:

  • DM 64I63 IPRO: 34 scs/ha em Cachoeira do Sul

Microrregião 102

  • BMX LÓTUS IPRO: 85 scs/ha durante o ciclo precoce da 2ª época em Passo Fundo

No mesmo período:

  • BS2606 IPRO: 60 scs/ha em Júlio de Castilhos
  • M 5947 IPRO: 45 scs/ha em São Luiz Gonzaga
  • BMX Lança IPRO: 57 scs/ha em Santo Augusto

Na 1ª época do ciclo precoce:

  • BMX Lótus IPRO: 81 scs/ha em Passo Fundo
  • BS2606 IPRO: 53 scs/ha em Júlio de Castilhos
  • NEO 580 IPRO: 35 scs/ha em São Luiz Gonzaga
  • BMX Lança IPRO: 62 scs/ha em Santo Augusto

Os resultados do ciclo médio/tardio da 1ª época foram:

  • BMX Nexus i2X: 83 scs/ha em Passo Fundo
  • DM 64I63 IPRO: 60 scs/ha em Júlio de Castilhos e 52 scs/ha em Santo Augusto
  • M 6110 i2X: 36 scs/ha em São Luiz Gonzaga

Na 2ª época do ciclo médio/tardio, destacaram-se:

  • BMX Garra IPRO: 83 scs/ha em Passo Fundo e 71 scs/ha em Júlio de Castilhos
  • DM 64I63 IPRO: 44 scs/ha em São Luiz Gonzaga e 52 scs/ha em Santo Augusto

Microrregião 103

  • BMX ZEUS IPRO: 108 scs/ha no ciclo precoce em Vacaria e 73 scs/ha em Lagoa Vermelha.

No ciclo médio/tardio:

  • BMX Compacta IPRO: 73 scs/ha em Vacaria
  • BMX FIBRA IPRO: 74 scs/ha em Lagoa Vermelha

Condições climáticas foram desafiadoras

Lavoura de soja seca em Mato Grosso do Sul quebra, la niña, estiagem
Seca na lavoura de soja. Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

A gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, avalia que as condições climáticas foram bem difíceis, com uma estiagem bem severa.

“Nesta safra houve uma inversão da produtividade das áreas no estado. Ano passado o destaque ficou para a produtividade da metade sul, já neste ano a situação ficou melhor para a região norte”, apontou.

Segundo ela, as amostras de Cachoeira do Sul servem para exemplificar a situação da seca no estado. “A demanda de água da soja, do plantio à colheita, varia entre 450 mm e 800 mm. Em Cachoeira do Sul, por exemplo, o total de chuvas não atingiu nem o mínimo necessário. É uma situação bem crítica.”

Já o presidente da Fundação Pró-Sementes, Hugo Boff, destacou a importância da pesquisa. “A quantidade de informação que essa pesquisa proporciona para o produtor é primordial, e acreditamos que ela possa perdurar até para além do estado”.