As planilhas de custo e de produção que Poltronieri consulta fácil no computador foram elaboradas pela filha, Janaína. Ela, que é o braço direito do pai nas questões tecnológicas, estuda gestão empresarial e vai se formar no fim do ano na faculdade, em Indaiatuba, no interior de São Paulo.
? A gente não trabalha mais naquele bolo, no escuro. A gente tem este fechamento anual de saber o que está dando bem, o que está dando prejuízo e onde está dando lucro e onde não está ? disse o empresário rural Valdir Poltronieri.
? Também eu vou fazer ênfase em logística, que eu acho que ela é bastante usada na agricultura. Por isso, escolhi esta ênfase, principalmente pra ajudar o meu pai aqui na lavoura, aqui no sítio mesmo ? acrescentou Janaína.
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Além da ajuda da filha, Poltronieri foi buscar também na sala de aula o conhecimento que precisava para aplicar na produção. Aqui, ele mostra os certificados dos cursos que fez no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar): tratorista e aplicação de defensivos foram alguns deles.
? Tudo que se aprende de novo a gente vem investindo. O que a gente acha que é bom a gente vem aplicando aqui ? completou Poltronieri.
O milho é a principal cultura do produtor nesta época do ano. A produção ocupa toda a área da propriedade, que é de 150 hectares. Como a colheita só começa daqui uns trinta dias, as máquinas estão paradas agora. É o período de manutenção, e é quando ele aproveita pra aplicar também um pouco do que aprendeu nos cursos.
Do conhecimento mais básico ao mais moderno, que envolve tecnologia, tudo pode fazer diferença no caixa da empresa, que é a propriedade rural. São as informações práticas, que ajudam a diminuir os custos, ou as noções que comercialização que fazem o produtor avançar, ir além da porteira, se tornar o que se chama de empreendedor rural.
O conceito envolve mais que conhecimento técnico, segundo Mario Antonio Biral, superintendente do Senar em São Paulo. A eficiência empresarial no campo depende da formação sim , mas também de condições sociais para que este novo profissional se mantenha lá.
? Isso é de suma importância, está certo. Associar a parte técnica à econômica, com as questões e os respeitos que este produtor tem. A gente verifica a necessidade que este produtor realmente está tendo no seu trabalho de campo juntamente com a sua família. Nesta questão, nós verificamos assim o conhecimento no que diz respeito aos fatos econômicos que passam no seu processo produtivo ? disse Biral.
A pontuação no mapa dá uma idéia da demanda pelos cursos técnicos em SP. Em quase todos os municípios, há um instrutor e uma sala de aula para formar novos empreendedores rurais.
No ano passado, mais de 162 mil agricultores e trabalhadores do campo se especializaram em alguma função relativa ao agronegócio no Estado. Foram mais de sete mil cursos. O de mecanização, feito por Valdir, foi o mais concorrido: 22 mil produtores paulistas aprenderam a fazer a manutenção correta nas máquinas. Junto com outros tantos, aprenderam também a produzir melhor, contabilizar bem os ganhos e perdas e, principalmente, a vender melhor o que plantam ou criam.
