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Custos vs. preço: rentabilidade é a melhor em 10 anos para produtor de soja gaúcho

Levantamento realizado pela FecoAgro-RS mostra que, com os preços atuais pagos pela soja, o produtor precisaria de apenas 35,37 sacas por hectare para cobrir os custos totais da lavoura

A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) divulgou o levantamento dos custos de produção da soja para a safra 2020/2021. Na avaliação da entidade, considerando a relação de troca dos preços e os custos de produção, este será o melhor cenário macroeconômico para o plantio da cultura das últimas 10 safras.

Para entender melhor essa relação de troca vamos às informações que geraram a constatação. O levantamento da entidade apontou uma alta no custo de produção da safra de 7,72%, chegando a R$ 3.643,02 por hectare. Em 2019, na mesma época, o custo era de R$ 3.388,37 por hectare.

“Apesar da alta de custos, devido o câmbio, os preços do grão subiram bem mais, remetendo a um momento positivo para o plantio da soja. É uma perspectiva muito boa, lembrando se tivermos preços e produtividade nestas condições na colheita, teremos uma grande probabilidade de o produtor ter uma boa rentabilidade”, destaca o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires.

Se por um lado o custo aumentou quase 8%, por outro, o preço recebido pela saca de soja cresceu muito mais do que isso. Neste ano o valor médio está na casa dos R$ 103 por saca, 51,4% a mais que os R$ 68 pagos em média pela saca em 2019.

De maneira geral, essa alta nos preços diminuiu em 29% a quantidade de soja necessária para pagar todos os custos de produção, incluindo depreciação de maquinários e etc. Ou seja, o produtor terá que desembolsar 35,37 sacas para cobrir o custo total da fazenda.

Segundo avaliação do presidente da entidade, os números indicam um cenário favorável para a próxima safra diante o patamar de preços agrícolas atuais com safra normal.

“Essa é a melhor relação entre custo de produção e preços da saca dos últimos 10 anos. Só na safra 2011 o produtor do estado teve uma rentabilidade melhor. Antes disso, só em 2001. Parece um ciclo”, diz Pires.

De acordo com a FecoAgro/RS, a variação cambial pode impactar nos custos de produção, especialmente pelo fato de o produtor depender da importação da matéria prima como fertilizantes. Por outro lado, o dólar em patamares elevados em relação ao seu histórico reflete em preços agrícolas positivos.

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