Economia

Daoud: ‘Queda da Selic não reduz o custo do dinheiro para o setor privado’

Nesta quarta-feira, 5, o Copom reduziu pela quinta vez consecutiva a taxa do ciclo atual, passando de 4,50% para 4,25%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 4,50% para 4,25% ao ano. Este é o quinto corte consecutivo da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.

O corte de 0,25 ponto porcentual da Selic representa uma desaceleração da política monetária, já que nas quatro reuniões anteriores o Copom havia aplicado reduções de 0,50 ponto porcentual.

De um total de 58 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 47 esperavam por um corte de 0,25 ponto, para 4,25% ao ano. Onze casas aguardavam manutenção da taxa básica em 4,50% ao ano.

Ao justificar a decisão de hoje, o BC avaliou que com a decisão é compatível a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2020 e, com peso crescente, o de 2021.

Ao mesmo tempo, o BC reafirmou que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.

“O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária. Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, diz o texto.

Para o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, a queda da taxa selic não reduz o custo do dinheiro para o setor privado.