Derrubar veto de Dilma ao Código Florestal seria difícil, diz ministro

Para Pepe Vargas, resultado da votação na Câmara sinaliza que haveria poucas chances de alcançar maioria absoluta entre deputados e senadoresO ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse nessa sexta, dia 27, que o resultado da votação do Código Florestal na Câmara dos Deputados sinaliza que seria difícil derrubar um possível veto da presidente Dilma Rousseff ao texto. Vargas participou de reunião no Palácio do Planalto com Dilma, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que apresentaram uma pauta de reivindicações

– A votação (na Câmara) mostra que é extremamente difícil derrubar um veto, mostra que não é bem assim. O governo vai analisar, a presidente ainda não definiu isso, porque nem sequer recebemos o texto definitivo da Câmara dos Deputados. O governo vai manifestar no momento adequado qual vai ser o seu comportamento frente ao texto – disse.

Para derrubar um possível veto da presidente, é preciso maioria absoluta tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, ou seja, o aval de 257 deputados e 41 senadores. A presidente analisa vetar parcialmente o Código Florestal aprovado na Câmara para impedir que produtores rurais deixem de recuperar parte da área desmatada, sobretudo às margens de rios. O texto do relator Paulo Piau (PMDB-MG) foi aprovado por 274 votos a 184 na Câmara dos Deputados.

Vargas voltou a afirmar que a versão do texto aprovada no Senado Federal tinha mais equilíbrio entre produção e preservação dos ativos florestais.

– Não que o texto do Senado fosse ideal, mas era mais equilibrado. A presidente sempre reitera isso. Nós achamos que nesse processo é importante preservar a questão ambiental, mas preservar a produção. Principalmente das pequenas propriedades. Não podemos tratar da mesma forma uma propriedade que tem 10 mil hectares e uma que tem cinco hectares. Esse equilíbrio, em uma primeira leitura, não foi dado nesse texto (da Câmara) do Código Florestal – afirmou.

Questionado sobre se o governo e a presidente poderiam sair desmoralizados, às vésperas da conferência Rio+20, o ministro respondeu que não.

– Tenho certeza que o Brasil vai chegar bem na Rio+20 e o governo vai chegar muito bem. Inclusive no tema do Código Ambiental, porque a sociedade brasileira não tem dúvida da posição que o nosso governo adotou. Ficou clara a posição do governo – opinou.

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