Diretor do Centro de Economia Mundial da FGV descarta risco de recessão no Brasil em 2009

Carlos Langoni prevê desaceleração forte nos investimentos, mas ainda assim acredita que o país crescerá acima da média mundialO Brasil vai sofrer um processo de desaceleração em seu ritmo de crescimento no próximo ano, principalmente pela onda de incertezas que leva investidores e consumidores a adiar gastos e investimentos na capacidade produtiva, mas não vai "mergulhar num abismo recessivo". A avaliação é do diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carlos Langoni.

? Vai ser  uma desaceleração forte. Mas, eu diria que, em termos relativos, o Brasil ainda vai estar bem na fotografia, porque vamos crescer provavelmente acima da média  da maioria dos países da América Latina, que vão sofrer forte contração, como o México, a Venezuela e a própria Argentina. Vamos ficar acima da média de crescimento mundial, que deve ser em torno de 2% ? disse.

A desaceleração será  provocada também pelo contágio das restrições de crédito, que está mais escasso e caro,  e  pela queda do preço das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional), que já está afetando setores importantes da economia, como o de mineração, e  alguns setores exportadores, disse Langoni.

Ele acredita que o país vai cair de um pico de quase 7% no terceiro trimestre de 2008 para algo em torno de 3% em 2009. O grande desafio, na sua opinião, é o Brasil se preparar para sair o mais rápido possível da crise.

? Ou seja, voltar a crescer acima da economia mundial e mostrar sinais de recuperação ? concluiu.