Economia

Dólar supera R$ 5,70; mercado repercute saída de Sergio Moro

Em sua justificativa, Moro alegou interferência política de Bolsonaro e diz que não sabia da exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo

Dólar
Foto: Pixabay

O dólar comercial atingiu na manhã desta sexta-feira, 24, a cotação máxima de R$ 5,71, maior valor durante o pregão. Às 11h58 de Brasília, a moeda norte-americana era cotada em R$ 5,699, alta de 3,16%.

O mercado repercute o cenário político no Brasil após o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciar sua demissão. A saída do ex-juiz acontece após o presidente da República, Jair Bolsonaro, exonerar o diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo.

Em sua justificativa, Moro alegou interferência política de Bolsonaro. “O grande problema é que haveria violação do compromisso de que eu teria carta branca. Além disso, não haveria causa para substituição e estaria claro que haveria interferência política na PF, o que gera abalo de credibilidade. Ia ter impacto ambém na própria efetividade da PF, ia gerar uma desorganização”, disse.

“A autonomia da PF, como respeito da aplicação da lei, seja a quem for, é um valor fundamental que temos que preservar em Estado de Direito. É algo que eu não entendi apropriado”, afirmou.

Ele informou ainda tentou buscar alternativas para evitar uma crise política em meio a pandemia, mas disse que ‘não poderia deixar de lado o Estado de Direito’. “Esse ultimato sinaliza que o presidente me quer fora do cargo, essa precipitação na exoneração, não vejo justificativa”.

Sobre a publicação da exoneração de Valeixo, Moro afirmou que ficou sabendo através do Diário Oficial da União (DOU). “A exoneração, eu fiquei sabendo pelo Diário Oficial, em nenhum momento foi trazido para mim e em nenhum momento o diretor da PF apresentou pedido de exoneração. Fui surpreendido, achei que foi ofensivo”.