A Embrapa está lançando um biorreator para a clonagem de mudas de plantas. De acordo com o órgão, o equipamento é capaz de multiplicar as mudas, acelerar o ciclo de produção, aumentar a produtividade e diminuir custos com mão de obra. O biorreator será apresentado durante o Show Rural Coopavel, que acontece desta segunda, dia 1, até o dia 5, em Cascavel (PR).
Desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, o equipamento tem a missão de atender a segmentos como fruticultura, plantas ornamentais, reflorestamento, papel e celulose, entre outros.
Ele funciona a partir de um sistema de frascos de vidro interligados por tubos de borracha flexível. Por meio desses tubos, as plantas recebem ar e solução nutritiva por aspersão ou borbulhamento.
O equipamento contém os materiais a serem reproduzidos, como células, tecidos ou órgãos, e visa produzir plantas de forma semiautomática, com monitoramento e controle das condições de cultivo, além de uma menor manipulação das culturas.
Além de acelerar o processo de multiplicação de plantas de interesse agronômico, o biorreator oferece outras vantagens como adaptabilidade a diversas espécies vegetais, uniformização da produção, simplicidade de montagem, geração de produtos isentos de pragas e doenças e redução do custo total por unidade produzida.
Esses biorreatores são do tipo de imersão temporária. Eles apresentam melhores resultados do que os de imersão contínua para a produção de mudas de espécies como cana de açúcar, abacaxi, banana, morango, café etc. Isso porque permitem uma boa aeração do material e evitam o excesso de hidratação do tecido, o que pode resultar no desenvolvimento anormal das mudas em cultivo.
Segundo a Embrapa. O equipamento já está pronto para ser transferido ao setor produtivo. Abaixo, a relação dos benefícios que, de acordo com o órgão, os biorreatores oferecem em relação aos métodos convencionais de multiplicação de mudas.
• Uso de meio líquido para cultivo das mudas, que melhora o crescimento, resultando em rendimentos superiores para a maioria das espécies vegetais;
• Utilização de mais frascos, permitindo o cultivo de maior quantidade de material;
• Maior uniformidade das mudas ao final do processo;
• Maior taxa de crescimento, que aumenta a eficiência do processo, além de reduzir o período de cultivo;
• Menor estresse gasoso e mecânico, com reflexos positivos no crescimento das mudas;
• Redução significativa da necessidade de mão de obra;
• Diminuição dos custos com água, já que os frascos utilizados são descartáveis;
• Economia de energia uma vez que os frascos são esterilizados por via química e não por autoclave;
• Versatilidade para uso com diversas espécies de plantas, inclusive as que apresentam tolerância à seca.