Engevix deve priorizar fabricantes gaúchos no Estaleiro Rio Grande

Cadastro de fornecedores de máquinas e serviços para obras é propostoIndústrias gaúchas do setor de construção se mobilizam para garantir uma ampla fatia do mercado aberto pelas obras da Engevix no Estaleiro Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul. A intenção é incluir o maior número de fornecedores locais nos investimentos de US$ 3,5 bilhões previstos pela empresa para os próximos cinco anos.

Um passo nesse sentido foi dado ontem pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), que iniciará o cadastramento de potenciais fornecedores de materiais e serviços para as obras. A proposta foi feita à Engevix ontem, durante evento em Porto Alegre.

Com o plano, que deverá ser articulado institucionalmente nos próximos meses, a Sergs pretende oferecer à Engevix suporte de máquinas, equipamentos, serviços de engenharia, instalação, montagem e construção civil.

? Teremos um investimento muito grande, cabe a nós efetivá-lo dentro do Rio Grande do Sul. Pela primeira vez, as entidades de engenharia estão unidas para inserir a indústria gaúcha num empreendimento que vai além dos interesses empresariais ? afirma Cylon Rosa Neto, presidente da Sergs.

O movimento por incentivos legais para empresas gaúchas foi iniciado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos no Rio Grande do Sul (Abimaq-RS). A meta é que todos os empreendimentos que receberem incentivo do Estado gaúcho deem preferência para indústrias locais na compra de máquinas e equipamentos.

? O Brasil é um dos poucos países que tributam de forma linear os investimentos, o que faz com que nossos produtos percam competitividade frente aos europeus e asiáticos. Máquinas brasileiras chegam a ser quase 50% mais caras que as importadas ? diz Hernane Cauduro, diretor regional da Abimaq-RS.

O vice-presidente da Engevix Construções Oceânicas, Daniel Peres, mostrou-se aberto a negociações.

? Não há dúvida de que precisaremos do apoio da indústria local. Quanto mais próximos estiverem os fornecedores, mais fácil será a logística e o cumprimento da legislação que prevê 70% de conteúdo nacional nas obras ? afirmou.

As obras da Engevix deverão ter início em julho de 2011. A previsão é de que sejam construídos oito cascos para exploração na camada pré-sal ? o primeiro no prazo de três anos.

Os desafios da companhia, segundo Peres, envolvem as licitações ambientais, que devem ser aprovadas nos próximos 60 dias, e a mão de obra. Para suprir a falta de qualificação, trabalhadores da parceira chinesa Cosco deverão treinar os futuros funcionários do polo naval.