Fazendeiros têm até setembro para deixar Terra do Meio sem perder rebanhos

Ruralistas são processados por grilagem pelo Ministério Público FederalTermina no mês de setembro o prazo para que seis fazendeiros acusados de ocupar irregularmente terras em unidades de conservação da Terra do Meio, região paraense entre os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, deixem a área. Os ruralistas são processados por grilagem pelo Ministério Público Federal e insistem em permanecer no local, apesar de ordens de despejo já terem sido decretadas.

O procurador da República Felício Pontes esclareceu que o prazo vence em datas específicas para cada um dos fazendeiros. A primeira ordem de despejo foi para Lourival Medrado. A Justiça também decretou o perdimento, em favor da União, de mais de três mil cabeças de gado que estavam nas terras.

O lote foi vendido nesta quinta, dia 28, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por R$ 1,3 milhão, após três tentativas frustradas de leilão. O valor arrecadado será revertido para o Programa Fome Zero.

Assim como ocorreu com Medrado, os fazendeiros José Avelino Neto, João Soares Rocha, Ozório de Oliveira Pereira, Raimundo Alves Pinheiro, Abel Rodrigues Filho e Sebastião da Silva Lopes também podem perder as boiadas caso não retirem o gado e deixem a área até setembro. Eles receberam ordens de despejo no início de 2008.

Os ruralistas ainda respondem a processos por danos ambientais, já que teriam, de acordo com o MPF, recorrido ao desmatamento para criação de pastagens nas unidades de conservação. Na Estação Ecológica da Terra do Meio e no Parque Nacional da Serra do Pardo, 24 mil hectares da cobertura florestal foram derrubados.

As áreas fazem parte do mosaico de unidades contínuas de conservação implantado pelo governo federal depois do assassinato da missionária Dorothy Stang, em 2005, vítima da ação de grileiros.