Agricultores do Distrito Federal enfrentam problemas com o baixo preço do feijão

A saca de feijão tem custado cerca de R$ 60 na safra 2014/2015, e os preços de venda giram em torno de R$ 40 a R$ 100Produtores de feijão do Distrito Federal temem ter que pagar para produzir por causa do baixo preço do grão. Especialistas defendem a redução de custos, por meio da inovação.

Em 2014, a alta do dólar colaborou para a elevação do valor de insumos indispensáveis, principalmente hoje, com pragas mais variadas e resistentes. A mosca branca, a lagarta e o percevejo são os principais motivos de preocupação para os proprietários de uma fazenda em Planaltina (DF), onde a área plantada de feijão chega a 250 hectares.

De acordo com os cálculos dos produtores, a saca de feijão tem custado cerca de R$ 60 na safra 2014/2015, e os preços de venda giram em torno de R$ 40 a R$ 100. As expectativas é que, se os preços baixarem, o agricultor tenha que pagar ainda mais para produzir.

– Foi horrível para nós, porque os custos foram altos. E esse ano a tendência é ter um custo maior, porque nós temos aumento do petróleo, temos aumento do dólar, tudo isso reflete em termos de maquinário, reflete em termos de salário. Isso tudo é um risco que a gente está correndo em relação ao que vai ocorrer. Se não tiver preço, vai ser muito difícil o agricultor suportar. Nossa expectativa é que nós tenhamos uma política boa, coerente do governo, e que nos traga perspectivas melhores – expressa o gerente de fazenda Adail Melo Filho.

Para o engenheiro agrônomo Geraldo Baracuhy, os produtores precisam reduzir custos por meio da inovação.

– A questão da inovação, do processo de inovação, da melhora dos insumos, das tecnologias, tendo em vista que, quando o preço se mantém em um mesmo patamar, você consegue ganhar um pouco mais na hora que inova o seu processo. Então, minimizar os custos da produção do feijão, através de sementes de melhor qualidade, de insumos mais eficientes, um controle mais efetivo sobre eventuais pragas, o manejo do solo, tudo, essa complexidade das atividades agronômicas poderá ter influência neste preço do feijão – sugere Baracuhy, conselheiro federal de Engenharia e Agronomia (Confea).