Produtores do Distrito Federal comemoram a volta das chuvas

Clima tem ajudado a recuperar as lavouras da região, mas volume de precipitações pode não ser suficiente para recuperar os mananciais

Fonte: Pixabay/Divulgação

Depois de um longo período de poucas chuvas, os níveis pluviométricos do Distrito Federal e das áreas do entorno estão mais altos em janeiro. O clima tem contribuído para a recuperação e o desenvolvimento das lavouras, principalmente as que foram semeadas mais tarde. No entanto, existe a preocupação que as chuvas não sejam suficientes para aumentar o nível de água em lençóis freáticos e nascentes da região.

O clima não ajudou os produtores locais no final de 2015, e muitos perderam parte do plantio. O produtor rural José Guilherme Brenner, de Paranoá (DF), afirma que houve prejuízo generalizado na cultura de feijão, assim como no milho. Ele próprio teve perda de mais de 50% na área de feijão. Segundo a previsão de Brenner, o milho sofre muito com a falta de água, o que levará produtores a terem até mais de 20% de quebra.

“Houve até caos de morde lavouras em reboleiras. E o material precoce  de soja também vai ter perdas de 10% ou até mais”, diz o produtor.

Para aumentar o lençol freático e as reservas de água no solo, há necessidade de maior volume de chuvas. “Isso vai alimentar os córregos e os rios e viabilizar no futuro a irrigação, além de beneficiar também a vegetação que fica em torno desses mananciais”, afirma o engenheiro agrônomo Cláudio Malinski.

Os três últimos anos foram de chuvas escassas na região. Para Malinski, seria preciso chover pelo menos 1.300 mm apenas nos primeiros meses de 2016. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que chova mais do que o ano passado, mas ainda menos do que seria ideal, em razão do El Niño.

O fenômeno climático contribuiu para que o volume de precipitações fosse reduzido em pelo menos 40% do normal, afirma o meteorologista do Inmet Manoel Rangel.”Como agora ele está em transição, saindo do Hemisfério Sul para o Norte, a perspectiva é que ainda dê tempo de ter uma precipitação, mas ficando abaixo do que normalmente chove”, diz.