Feira calçadista de São João Batista tem números recordes

Cidade catarinense é polo em designA 10ª Rodada de Negócios da Moda Calçadista de São João Batista, na região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina, termina nesta sexta, dia 28, com número recorde de compradores e vendas. A feira mostra uma reação do setor, duramente atingido pela crise global e pela concorrência com os produtos chineses.

Um dos quatro maiores polos calçadistas do país, a região de São João Batista abriga em torno de 150 indústrias. A rodada de negócios reuniu 90 expositores, que apresentaram os lançamentos de primavera-verão a 358 compradores convidados, 10 deles exportadores.

? Na última feira de verão, em maio de 2009, vendemos cerca de 500 mil pares. Para este ano, a expectativa é de alcançar pelo menos 800 mil pares ? diz Rosenildo de Amorim, diretor-executivo da feira.

A projeção considera o reaquecimento da economia brasileira. Outro fator importante é a mudança no perfil dos calçados produzidos na região, mais conectados às tendências fashionistas mundiais. A fabricação chinesa, ao contrário, aposta na larga escala, com modelos sem muitos atributos inspirados nas marés da moda.

Agregando design de primeira e matéria-prima de qualidade, os calçados de São João Batista têm se destacado no mercado.

? Oito indústrias fecharam as portas em função da crise, mas estamos retomando a economia da região. Acredito que a crise depurou os empresários, que estão mudando a cara do produto ? afirma Almir Manoel Atanazio dos Santos, presidente do Sindicato das Indústrias de Calçado de São João Batista.

Um exemplo é a Século XXX, que produz cerca de 300 mil pares por semestre para etiquetas como a Art’s Brasil e a Iódice Denim. Maiko Zunino, gerente de vendas, prevê um aumento de pelo menos 10% nas vendas em relação à feira do ano passado.

Em busca dos sapatos da Raphaella Booz, indústria também instalada na cidade, que possui cinco lojas próprias e cinco franquias em shoppings catarinenses, além de pontos de venda em todo o país, as compradoras Patricia Santos e Luciana Leonel vieram de Itapetininga, no interior de São Paulo.

? Viemos todos os anos. Encomendados cerca de mil calçados de cada fornecedor ? conta Patricia.