Ferrugem asiática elevou a venda de fungicidas para as lavouras de soja

Pesquisa da consultoria Spark aponta que produtor adotou tratamentos contra a ferrugem em 98% das áreas com a oleaginosa

Daniel Popov, de São Paulo
Os casos de ferrugem asiática registrados na safra 2016/2017 aumentaram no país. Segundo dados do Consórcio Antiferrugem foram 415 ocorrências da doença, maior incidência das últimas quatro safras. E isso também elevou também os gastos com fungicidas, aponta o levantamento da consultoria Spark Inteligência Estratégica.

Os dados divulgados pela consultoria são espantosos já que a adoção média do insumo para combater a doença saltou de 6% para 38% da área de soja brasileira entre as safras 2014/2015 e 2016/2017. Este foi inclusive um dos temas abordados na Abertura Nacional do Plantio da Soja. Na ocasião, a pesquisadora da Embrapa, Claudine Seixas, ressaltou a importância da calendarização da soja para evitar que os princípios ativos perdessem sua eficácia.

“O avanço dos fungicidas de contato sinaliza a preocupação do produtor em controlar a ferrugem e em combater a resistência do fungo causador da doença a produtos tradicionais”, acrescenta o engenheiro agrônomo e sócio-diretor da Spark, André Malzoni dos Santos Dias. De acordo com a empresa, fungicidas para controle da ferrugem asiática foram adotados em 98% das lavouras brasileiras. “os produtos sistêmicos, diz a Spark, foram usados praticamente em 100% das aplicações”, garante.

Na safra passada o percentual mais representativo de adoção dos fungicidas de contato teve registro no Rio Grande do Sul (55%), mas foi expressivo também nos estados de Mato Grosso do Sul (40%), Mato Grosso (39%), São Paulo (39%), Paraná (34%) e Goiás (33%).

As vendas de fungicidas representam 33% do mercado nacional de defensivos agrícolas, que movimentou US$ 9,6 bilhões no ano passado, segundo as entidades do setor.

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Para este ano a história deve se repetir, alertou o consultor do Ministério da Agricultura, Wanderlei Guerra, já que o clima também está favorecendo a sobrevivência das plantas e da doença. “A situação deste ano pode ser a mais grave dos últimos anos, justamente porque choveu mais no meio do ano, o que deu sobrevida para estas plantas guaxas”, conta ele. “Sem falar no estudo da Embrapa que comprovou que a doença está ficando resistente ao principal defensivo de combate a ela.”

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