Ele explicou que, como está assegurado que a indústria irá absorver 30 milhões de caixas de laranjas tardias, as negociações agora giram em torno das 50 milhões de caixas restantes, principalmente as precoces, que estão se perdendo nos pomares. Ele disse que existe a possibilidade de equalizar preços entre R$ 6 e R$ 10 a caixa de laranja. Em 2011, quando o governo disponibilizou R$ 300 milhões para operações de estocagem por meio da Linha Especial de Crédito (LEC), as indústrias se comprometeram a pagar no mínimo R$ 10 a caixa.
Nesta semana o setor privado se reuniu com dirigentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para estudar proposta de escoamento da produção excedente. No entanto, não houve avanços devido às dificuldades do poder público em operar com a laranja in natura e também com o suco, que conta com uma logística própria da indústria para tancagem e transporte.
Santos afirmou que os representantes do governo de São Paulo anunciaram que, em breve, serão anunciadas medidas de apoio ao setor para garantir o processamento da laranja excedente, como a inclusão do suco de laranja na merenda escolar.
Ele disse, ainda, que a maior preocupação é garantir o escoamento da laranja precoce, pois como as indústrias estão priorizando as frutas próprias o citricultor está sem mercado e sem referência de preços. Santos calcula que cerca de cinco milhões de caixas de laranja precoce já se perderam nos pomares. Para o produtor, isso representa um duplo prejuízo. Primeiro por não ter a receita com a venda da produção. Segundo porque terá de gastar para colher as frutas que permanecerem nas árvores. A medida é necessária para reduzir o risco de pragas e doenças, além de evitar danos à próxima florada, que resultará na safra que será colhida em 2013.