Governo e citricultores negociam medidas de auxílio para escoar excedente de laranja

Ações como prorrogação de prazos de financiamentos de estocagem foram debatidas nesta sextaO governo e o setor produtivo de citrus avançaram nas negociações sobre um acordo para evitar que 80 milhões de caixas de laranja deixem de ser colhidas e processadas, em função da falta de mercado e da perspectiva de o estoque de suco superar a capacidade de armazenagem da indústria ao final da safra. Segundo o presidente da Câmara Setorial da Citricultura, Marco Antonio dos Santos, em reunião realizada nesta sexta, dia 29, no Ministério da Agricultura, o governo mostrou disposição em adotar me

Ele explicou que, como está assegurado que a indústria irá absorver 30 milhões de caixas de laranjas tardias, as negociações agora giram em torno das 50 milhões de caixas restantes, principalmente as precoces, que estão se perdendo nos pomares. Ele disse que existe a possibilidade de equalizar preços entre R$ 6 e R$ 10 a caixa de laranja. Em 2011, quando o governo disponibilizou R$ 300 milhões para operações de estocagem por meio da Linha Especial de Crédito (LEC), as indústrias se comprometeram a pagar no mínimo R$ 10 a caixa.

Nesta semana o setor privado se reuniu com dirigentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para estudar proposta de escoamento da produção excedente. No entanto, não houve avanços devido às dificuldades do poder público em operar com a laranja in natura e também com o suco, que conta com uma logística própria da indústria para tancagem e transporte.

Santos afirmou que os representantes do governo de São Paulo anunciaram que, em breve, serão anunciadas medidas de apoio ao setor para garantir o processamento da laranja excedente, como a inclusão do suco de laranja na merenda escolar.

Ele disse, ainda, que a maior preocupação é garantir o escoamento da laranja precoce, pois como as indústrias estão priorizando as frutas próprias o citricultor está sem mercado e sem referência de preços. Santos calcula que cerca de cinco milhões de caixas de laranja precoce já se perderam nos pomares. Para o produtor, isso representa um duplo prejuízo. Primeiro por não ter a receita com a venda da produção. Segundo porque terá de gastar para colher as frutas que permanecerem nas árvores. A medida é necessária para reduzir o risco de pragas e doenças, além de evitar danos à próxima florada, que resultará na safra que será colhida em 2013.