Governo estuda medidas para prejudicados pelo câmbio

Setores mais atingidos devem receber mais benefíciosO ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse nesta sexta, dia 29, no Fórum Econômico Mundial, no Rio de Janeiro, que a queda do dólar prejudica a competitividade da indústria nacional, mas está de acordo com o governo de que a prioridade no momento é combater a inflação, e não mais a valorização do real ante a moeda americana.

? O câmbio nesse patamar prejudica muito a indústria. Nós estamos perdendo competitividade. O governo sabe, estamos tomando as providências adequadas, mas mesmo o setor industrial neste momento sabe que a prioridade é combater o surto inflacionário, que não é brasileiro, é mundial, mas nós temos que tomar medidas para que não nos contamine ? afirmou.

Segundo Pimentel, até o fim de maio o governo vai divulgar novas medidas para proteger as empresas afetadas pela queda no dólar. Os setores mais atingidos devem receber mais benefícios.

? Vamos anunciar medidas, nós estamos trabalhando nelas junto com o setor produtivo, para que enquanto o surto inflacionário não for controlado, nós também não deixemos que a nossa indústria sofra as consequências dessa taxa de câmbio ? disse.

O ministro afirmou que o saldo da balança comercial será mais favorável este ano do que o previsto anteriormente pelo governo. Pimentel deve anunciar na semana que vem uma estimativa de superávit para a balança superior aos US$ 13 bilhões previstos anteriormente, em razão dos preços em alta das commodities no mercado internacional.

? A balança está bem, está com um saldo de superávit bem significativo, mais de US$ 4 bilhões, e a projeção nossa, provavelmente na segunda-feira, nós vamos divulgar uma mais otimista do que divulgamos no início do ano. Nós estávamos pensando num saldo de US$ 12 bilhões a US$ 13 bilhões e eu acho que vai ser bem mais do que isso ? adiantou.

Contudo, afirmou que o governo precisa cuidar da produção interna.
 
? Esse é o grande problema nosso, na minha área. Nós queremos que a economia brasileira seja competitiva em todos os segmentos ? finalizou.