Helicoverpa é a lagarta com maior incidência nesta safra, alerta a Embrapa

Praga já foi detectada em vários estados, incluindo algumas lavouras com soja resistente ao inseto. Veja dicas de como se prevenir e combater estas lagartas

Daniel Popov e Kellen Severo
A cada safra de soja que se inicia no Brasil, algumas pragas perigosas para a manutenção da produtividade acabam se proliferando mais nas lavouras. Nesta temporada 2017/2018, uma destruidora de plantas está ganhando destaque, a helicoverpa armigera. A informação foi confirmada pelo pesquisador da Embrapa, Rafael Major Pitta, que aproveitou para dar algumas dicas para o monitoramento e controle desta praga.

Desde o começo deste mês de novembro, a infestação desta lagarta tem atraído a atenção dos produtores. Em Goiás, inclusive, foi detectado que a lagarta estava se alimentando de soja Intacta RR2, que é resistente a esta praga, segundo informações obtidas junto a Fundação Chapadão. “Esta é, provavelmente, o primeiro caso no Brasil”, afirmou o pesquisador da entidade, Germison Tomquelski, que acompanhou a análise da área infestada no município de Chapadão do Céu (GO).

A empresa Monsanto foi procurada para esclarecer o caso e afirmou, em nota: “A Monsanto, ao tomar conhecimento sobre uma reclamação de ocorrência de infestação não esperada de um determinado tipo de lagartas, em uma lavoura de soja na região de Chapadão do Céu (GO), atendeu-a prontamente. Para que sejam obtidas mais informações, a empresa investigará o caso ao longo das próximas semanas, uma vez que não é comum este tipo de ocorrência e vários fatores a influenciam”, diz a empresa, ao complementar “Como boa prática, a Monsanto recomenda, desde o lançamento de suas tecnologias de proteção contra pragas, a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) como medida para otimização dos resultados das tecnologias Bt, bem como as práticas para adoção correta de áreas de refúgio.”

Diante de tantos casos o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) prorrogou o prazo de vigência de emergência fitossanitária em seis estados – Goiás, Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Bahia e Piauí. Agora, o período da emergência fitossanitária nestes estados fica estabelecido até o dia 30 de julho de 2018.

O pesquisador da Embrapa destaca que a cada safra uma praga acaba ganhando mais notoriedade que as demais. Em 2016/2017, a lagarta spodoptera foi a que mais deu trabalho nas lavouras. “Nesta safra a helicoverpa é a principal, com mais incidência. Por isso é preciso fazer o monitoramento correto e somente com a confirmação de certa quantidade de pragas, fazer o controle”, garante Pitta.

No período vegetativo da planta, Pitta ressalta que o controle só deve começar caso se confirme a incidência de mais de quatro lagartas por metro quadrado, ou desfolhamento de pelo menos 30% de desfolha. “O ideal, é que encontrando estas quantidades, o produtor faça o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Lembrando que depois que a soja florescer o manejo seja feito ao encontrar mais de 2 lagartas por metro quadrado ou 15% de desfolhamento”, garante ele.

Para mais informações acesse o guia contra a helicoverpa e também o guia sobre Manejo Integrado de Pragas (MIP) da Embrapa.

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