Ibravin desconhece investigação sobre adulteração de vinhos com antibióticos

Vinícolas são investigadas por adulteração no vinho com agente antifúngico que prolonga a conservaçãoO Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) divulgou uma nota nesta quinta, dia 1º, informando que "desconhece formalmente" casos de adulteração de vinho com o uso de natamicina, um agente antifúngico que prolonga a conservação do vinho.

A notícia de que o Ministério da Agricultura encontrou antibióticos em vinhos de mesa produzidos no Rio Grande do Sul circulou na imprensa na manhã desta quinta. A princípio, 13 indústrias vinícolas estariam sendo investigadas por adulteração no vinho com natamicina.

Em sua nota, a Ibravin diz desconhecer as denúncias de irregularidades e afirma que “cabe aos órgãos responsáveis investigar, punir os responsáveis e orientar o setor a fim de não prejudicar a reputação da cadeia produtiva vitivinícola brasileira que, em sua maioria, desenvolve um trabalho sério e comprometido”.

Substância proibida

A natamicina é um antifúngico comumente usado no tratamento de superfície de queijos e embutidos. Sua presença como aditivo intencional em sucos e vinhos não é permitida no Brasil, nem nos demais países da América e da Comunidade Europeia. Poucos países, como África do Sul (vinhos e sucos de frutas) e China (somente em sucos de frutas), permitem o uso da substância como conservante.

A substância, no entanto, é utilizada em produtos para desinfetar as adegas, garrafas ou mesmo rolhas, o que pode ser a origem dos resíduos no vinho.

O caso de contaminação mais famoso dos últimos anos aconteceu em 2009, quando 120 mil garrafas de oito marcas de vinho argentino foram retiradas do mercado alemão, devido à presença do fungicida natamicina, também conhecido como paramicina, em sua composição.