Impacto da crise sobre o emprego foi maior em São Paulo, revela IBGE

Pesquisa Mensal do Emprego foi divulgada nesta quintaO impacto da crise financeira internacional sobre a indústria em São Paulo refletiu-se no avanço do desemprego no Estado, que acumula a maior taxa no país. Entre janeiro e outubro deste ano, a taxa da desocupação média em São Paulo é de 9,5%, ante 8,3% nas demais regiões do país. As informações constam da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) divulgada nesta quinta, dia 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, entre as seis regiões pesquisadas ao longo do ano, além de São Paulo, o desemprego só subiu em Recife.

A taxa média de 8,3% de desemprego no país revela um avanço de 0,2 ponto percentual acima do resultado verificado entre janeiro e outubro de 2008. Em São Paulo, essa taxa está 0,9 ponto percentual acima do indicador do mesmo período do ano passado, tendo crescido em outubro deste ano 10,4% em relação a setembro.

? Isso é um fato preocupante porque São Paulo é  a maior região e é uma metrópole que acaba tendo um efeito farol sobre outras. O que acontece em São Paulo se repete nos demais Estados ? avaliou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.

Segundo o economista, o Estado representa 40% da população ocupada no país e, embora seja “um farol”, é um caso isolado.

? Todos os equipamentos do Estado, de certa forma, sofreram com a crise, principalmente a indústria, que apresentou maior redução ? disse Azeredo.

Na comparação entre outubro deste ano e o mesmo mês do ano passado, o indicador avançou de 7,7% para 8,6%, o que significa 80 mil pessoas a mais sem emprego, de um contingente de nove milhões de pessoas ocupadas e mais 850 mil desocupadas.

A pesquisa também mostra que o Rio de Janeiro tem a menor taxa de desemprego no país, na comparação de outubro com setembro. O desemprego no Rio marca queda de 21,8%, refletindo, por outro lado, a retomada de setores da indústria ao longo do ano.

A taxa de desemprego no país ficou em 7,5%, 0,2 ponto percentual abaixo da anterior (7,7%), não representando variação estatística significativa, segundo o IBGE.