Infraestrutura logística não acompanha crescimento da agricultura em Mato Grosso

Produtores dependem de melhorias no escoamento para ampliar produçãoA região Leste de Mato Grosso, apontada como a última fronteira agrícola do Estado, apresenta condições de ampliar o espaço cultivado com grãos sem a necessidade de abertura de novas áreas. Para isso, os produtores dependem de melhorias na infraestrutura logística, o que é fundamental para facilitar o escoamento da safra e garantir maior rentabilidade do campo.

A constatação foi feita pelo Canal Rural ? através dos repórteres Luiz Patroni e Pedro Silvestre ? que acompanhou a 2ª edição do Projeto Estradeiro Aprosoja, uma caravana de produtores e técnicos que avalia a situação dos principais pontos de apoio para o escoamento da produção agrícola da área.

? Esta região representa muito em termos de produção para o Mato Grosso. É necessário que se faça investimentos na logística para que produção aumente. Só em rodovias, será preciso um investimento de cerca de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões para efetivamente termos condições necessárias ? afirmou o secretário extraordinário de logística da Intermodal-MT, Francisco Vuolo.

O roteiro priorizou a passagem por dois pontos vitais para o avanço da agropecuária: a MT-020 e a BR-158, que liga Mato Grosso ao Pará.

Produtores querem transformar pastagens degradadas em terras para produzir grãos, como foi o caso de Gilmar Dellosbel, que, há três anos começou a apostar na região. O agricultor garante que, de dois mil hectares, pelo menos oitocentos eram de pasto velho.

? Minha área não é muito grande, mas adquiri terras que antes eram de pecuária e a estou transformando em agricultura. Estou fazendo em torno de 200 a 300 hectares por ano, ano que vem termino. O objetivo é agregar valor, porque os preços da terra na região encareceram muito, e deixar uma cabeça de gado em um hectare não é viável. Transformar em agricultura é o melhor caminho ? acredita Dellosbel.

De acordo com a Aprosoja, o leste de Mato Grosso concentra pelo menos três milhões de hectares de pastagens degradadas, espaço que poderia ser transformado em área para produção de grãos, mas, para isso, é necessário que a infraestrutura acompanhe esse crescimento.