O agronegócio no Brasil está em pleno aquecimento e oferece uma ampla gama de oportunidades de emprego, não apenas no campo, mas também em áreas relacionadas à gestão e tecnologia. O setor já responde por 27% das ocupações no país e continua a crescer, apesar dos desafios recentes.
No coração de São Paulo, um prédio inteiro é dedicado às novas tecnologias do agronegócio.
Em apenas dois anos desde o seu lançamento, o hub de startups agrícolas já fez quase 400 conexões com empresas do setor, e surpreendentemente, 82% delas oferecem soluções para a agropecuária.
Nicolás Loria, líder de Digital para América Latina da Corteva, enfatiza que o Brasil possui um enorme potencial e conhecimento no nível de centros de inovação como Israel e o Vale do Silício, nos Estados Unidos.
O crescimento do mercado de trabalho no agronegócio também se reflete na expansão das operações.
Proprietários como Marcelo Góes, da Góes Agricultura, estão arrendando mais terras e aumentando a demanda por mão de obra em suas propriedades.
Para atender a essa demanda crescente, Marcelo aumentou em 50% o quadro de funcionários, mas ainda enfrenta dificuldades em encontrar profissionais qualificados.
Ele destaca que muitas pessoas procuram vagas, porém, a falta de capacitação é uma barreira.
No entanto, a necessidade de mão de obra qualificada não se limita apenas ao campo.
O setor administrativo também busca profissionais aptos a lidar com as complexas demandas de gestão, finanças e recursos humanos, mas que também tenham familiaridade com a rotina de produção agrícola.
Rafael Soares, gerente administrativo, destaca que o agro oferece salários atrativos e oportunidades de crescimento para aqueles dispostos a se aprofundar em suas habilidades.
Alexandre Benedetti, diretor geral da Talenses, uma consultoria em recrutamento, acredita que as vagas no agronegócio estão em ascensão, abrangendo desde técnicos até CEOs, com salários que variam de R$ 10 mil a R$ 80 mil.
Ele aponta que um dos desafios é encontrar candidatos com visão de negócios e a capacidade de trabalhar com diferentes gerações, visto que o setor enfrenta conflitos geracionais.
Um estudo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) revela que o agronegócio brasileiro empregava mais de 28 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2023, representando 27% de todas as ocupações do país.
Nicole Rennó, pesquisadora do Cepea, destaca que o setor está abrindo oportunidades para profissionais qualificados em áreas como engenharia, estatísticas e tecnologia da informação, e que esse cenário tende a se fortalecer com a revolução tecnológica em curso.
