Mercado interno da soja paga melhor que Chicago e produtores aproveitam

Prêmio pago ao produtor mantém os preços nos portos acima de R$ 70 por saca e vendas de soja disparam. Semana que vem ainda pode render boas oportunidades

Daniel Popov, de São Paulo
Quem acompanha as movimentações de preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), percebeu que uma imensa volatilidade tanto em julho, quanto em agosto. Apesar de a movimentação ser considerada normal pelos analistas de mercado, devido as incertezas sobre a safra recém plantada nos Estados Unidos, um fato interessante chamou a atenção dos sojicultores brasileiros. O valores da oleaginosa no mercado interno oscilaram bem menos e permaneceram em patamares remuneradores.

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Em uma semana, os preços da soja do contrato de setembro, que eram cotados a US$ 9,60 por bushel, caíram para menos de US$ 9,18, queda de mais de 4%. No mesmo período, no mercado interno, os valores ficaram estáveis na casa de R$ 70 por saca no porto de Santos (SP). “O Brasil está pagando um prêmio melhor pela soja. Esta é razão para esta diferença”, comenta o consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira. Veja esta variação no gráfico de preços abaixo, com a comparação entre o mercado interno e externo. Lembrando que os preços CBOT foram convertidos pelo câmbio do dia em que foram captados.

Não bastasse esta queda brusca, os valores na CBOT variaram tanto no período que até os operadores do mercado ficaram receosos em investir. Na semana passada, 46 mil negócios aconteceram, contra menos da metade desta semana. Movimento contrário aconteceu no mercado físico, nesta semana mais de 60 mil toneladas foram vendidas, contra menos de 50 da semana anterior. “E este número de vendas pode ficar ainda maior, superando as 70 mil toneladas.  Algumas regiões negociaram bem mais que as outras, como o Rio Grande do Sul, por exemplo. Por lá os preços estavam bons e os produtores partiram para a vendas”, diz Oliveira.

Nesta quinta, dia 17, houve registros de operações envolvendo 25 mil toneladas no Rio Grande do Sul. Já no Mato Grosso, apenas 2 mil toneladas foram negociadas. No Mato Grosso do Sul, os negócios envolveram 8 mil toneladas e outras 5 mil toneladas foram comercializadas em Goiás. “Para a próxima semana, a perspectiva é que o mercado interno siga com preços remuneráveis ao produtor. Mas, o clima e a demanda pelo grão podem afetar isso.”

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