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Mercosul-UE: acordo deve acontecer mesmo com vitória da oposição na Argentina

O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, também traçou perspectiva de alta das commodities puxadas pela demanda da Ásia

Bandeira Mercosul
Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, demonstrou nesta terça-feira, 24, otimismo com a assinatura do tratado comercial entre Mercosul e União Europeia (UE) pela Argentina, mesmo no caso de vitória da oposição nas eleições presidenciais de outubro no país vizinho.

“Não sabemos o que vai acontecer na eleição de outubro na Argentina”, afirmou Troyjo, em palestra no FT Commodities Americas Summit, promovido pelo jornal Financial Times. “Acredito que a Argentina assinará”, completou o secretário, ressalvando que não haverá dúvidas sobre isso no caso de reeleição do presidente Maurício Macri.

Troyjo citou as eleições na Argentina ao descrever o processo de aprovação final do acordo entre Mercosul e União Europeia daqui para a frente. Segundo o secretário, para o acordo começar a valer, é preciso ser aprovado pelos Executivos de cada país do Mercosul e pelo Executivo da UE – a Comissão Europeia. Essa aprovação virá após as fases atuais de revisão e tradução do tratado. Após o aval dos Executivos, será a vez dos Legislativos de cada país do Mercosul e do Parlamento Europeu.

Passada a aprovação legislativa, ‘o relógio começa a correr’ para a vigência das regras de redução de tarifas de importação e de cotas de comércio de lado a lado, disse Troyjo. Somente após a aprovação da seção econômica do tratado é que o acordo será submetido a cada um dos parlamentos, de cada país, tanto do Mercosul quanto da UE.

Em momento anterior do discurso, o secretário traçou um cenário em que os preços de commodities têm viés estrutural de alta nos próximos anos por causa da perspectiva de crescimento da demanda por alimentos e matérias-primas para construção em países pobres da Ásia que experimentarão crescimento acelerado, como Índia, Mianmar, Paquistão, Vietnã e Malásia.

Nesse quadro, segundo Troyjo, os países produtores de matérias-primas, como o Brasil, ficarão à frente da decisão, mais uma vez, de aproveitar a entrada de recursos com a exportação de commodities para construir vantagens competitivas adicionais.

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