Mesmo sem recursos do Plano Safra, Agrishow abre com expectativa de bons negócios

Agricultura

Mesmo sem recursos do Plano Safra, Agrishow abre com expectativa de bons negócios

Organização da feira, uma das maiores da América Latina, acredita que a edição deste ano pode movimentar até R$ 6 bilhões

Começou nesta segunda-feira (25) em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a 27ª Agrishow, uma das maiores feiras agrícolas da América Latina.

Entre os organizadores e os expositores, a expectativa é de sucesso, mesmo com os recursos do Plano Safra 2021/22 travados por causa da indefinição no Congresso sobre o crédito suplementar.

Agrishow 2022
Foto: Agrishow/divulgação

De acordo com o presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos de Oliveira, a Agrishow vai bater recorde de público e de negócios.

“Em 2020, as vendas de máquinas cresceram 17% e, em 2021, 42%, já descontada a inflação do setor no período, que foi maior do que a do IPCA”, disse. Neste ano, segundo Estevão, o crescimento deve superar 5%.

Já o presidente da Agrishow e secretário em exercício da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Francisco Matturro, disse que torce por uma edição de sucesso, no entanto não projetou números. “Quando falamos em valores, menosprezamos outros aspectos da feira. O maior valor que ela traz é a troca de informações”, afirmou.

Ausência de subsídio na Agrishow

Mesmo sem o Plano Safra, os expositores estão otimistas. O banco Santander, por exemplo, tem o objetivo de movimentar R$ 1 bilhão em negócios nesta edição da feira. Segundo o diretor de Agronegócio da instituição, Carlos Aguiar, é o maior volume da história da empresa na Agrishow.

“Nós estamos muito otimistas, mesmo sem o Plano Safra”, afirma.

Segundo Aguiar, do R$ 1 bilhão, aproximadamente 95% serão fechados com juros livres, sem subsídio.

“O produtor rural quer fazer negócios, e ele conta com as soluções dos bancos privados. O subsídio é importante, claro que é, mas o produtor não pode mais ficar parado, esperando um plano anual, que muitas vezes não é o suficiente. Existem outras linhas, alternativas para ele”, explicou.

Segundo Alexandre Stucchi, diretor comercial da Massey Fergunson, o Moderfrota faz falta, mas não é tão determinante, especialmente em certas faixas de máquinas agrícolas. “Além disso, é um período temporário. Logo a linha é restabelecida e os negócios voltam com toda força”, disse.

“O mercado brasileiro está aquecido, com expectativa de crescimento de 5% neste ano, e a Agrishow deve refletir esse momento”, complementou Eduardo Nunes, diretor de marketing da Massey Ferguson para a América Latina.

Segundo José Galli, diretor de vendas para a América do Sul da Fendt, os produtores rurais brasileiros estão capitalizados e cada vez menos dependentes das linhas de crédito subsidiado. “E isso é muito bom para o agronegócio nacional e para economia do Brasil. Mostra maturidade do setor e o interesse das instituições financeiras”.

*O jornalista viajou a convite do Pool de Imprensa da Agrishow 2022

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