Indústria de defensivos fatura 9% a mais em dólar em 2010

Faturamento superou a previsão de analistas, que era de que era de US$ 7 bilhõesAs vendas de defensivos agrícolas registraram aumento de 9% em 2010. O faturamento superou a previsão de analistas, que era de US$ 7 bilhões. Para este ano, o setor prevê crescimento entre 5% e 10%. Os dados foram divulgados nesta quarta, dia 16, pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), em São Paulo. No encontro, a indústria também reclamou do aumento nos custos e nos impostos.

Para as entidades, os bons preços e a valorização das commodities, além da perspectiva de aumento de área plantada em algumas culturas, são fatores que indicam crescimento nas vendas para este ano. Em 2010, no entanto, os números não foram os esperados. A valorização do real fez as vendas caírem 3% e o faturamento foi de mais de R$ 12,4 bilhões, o equivalente a R$ 442 milhões a menos em comparação ao ano de 2009.

O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) diz que o resultado negativo em reais veio da queda nos preços dos agroquímicos. Cerca de 90% dos produtos perderam valor e um deles foi o glifosato, que movimenta mais de 30% do mercado de defensivos no Brasil.

? Não existia matéria-prima, os preços aumentaram muito e isso levou as empresas a investirem em fábricas para produzir glifosato. Com o excesso de produção, o preço caiu. Em alguns casos, chegou a 40% ? explica José Roberto da Ros, vice-presidente executivo do Sindag.

A Associação Nacional de Defesa Vegetal analisa que culturas como soja, milho, algodão, café e açúcar demandaram mais defensivos. Para o diretor executivo da Andef, Eduardo Daher, duas características explicam este cenário.

? A relação de troca com os preços das commodities agrícolas ficou muito boa para o produtor rural brasileiro. E a alta competição entre os vários produtores de defensivos acabou trazendo preços mais baratos, o que deixa a média de faturamento em reais mais abaixo, sobretudo no mercado de soja e herbicidas.

Apesar do otimismo para 2011, o setor reclama dos custos e da alta carga de impostos no Brasil. Segundo Daher, a União Europeia e os Estados Unidos subsidiam a atividade agrícola.
 
? Se o G-20 e todo o esforço brasileiro doravante for concentrado na diminuição desses subsídios, seguramente o Brasil vai ocupar aquele espaço que já é definido para ele, como sendo o maior fornecedor de alimentos, rações animais, etanol e agroenergia no mundo todo.