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Milho: pior estiagem em 23 anos já afeta lavouras no Paraná

A seca também favoreceu o aparecimento de pragas, como pulgão, ácaro, cigarrinha do milho e lagarta do cartucho, afirmou o Simepar

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Foto: Paulo Vinícius Demeneck Vieira

A falta de chuvas que assola praticamente todas as regiões do Paraná chegou a níveis preocupantes. Dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) apontam que a ocorrência de índices pluviométricos abaixo das médias históricas já se arrasta por dez meses – de junho de 2019 a março de 2020 -, na região das nove maiores cidades do Estado. 

Segundo o Simepar, esta é a pior estiagem já registrada desde 1997, quando o instituto começou a fazer este tipo de monitoramento. A seca prolongada já provocou impactos na lavoura de milho safrinha em algumas regiões.

Em regiões do Paraná, como Oeste e Norte, o plantio do milho safrinha foi feito um pouco mais tardiamente em relação ao período histórico. De um modo geral, os produtores relatam que a estiagem, combinada à restrição da  umidade, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar prejudicaram o desenvolvimento da lavoura.

A seca também favoreceu o aparecimento de pragas, como pulgão, ácaro, cigarrinha do milho e lagarta do cartucho.

“Apesar de não ser uma condição generalizada no Paraná, uma vez que nas regiões Sudoeste e Central as lavouras se desenvolvem bem com as últimas chuvas ocorridas, o panorama é preocupante. As regiões mais afetadas, Norte e  Oeste, concentram 71% da produção da segunda safra”, destaca Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Regiões 

Por todo esse cenário, o produtor rural Nelson Paludo, também presidente da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP, estima que a produtividade das lavouras de Toledo, no Oeste, deve sofrer redução de um terço. “As chuvas foram muito desuniformes nas áreas. Já estimamos perda de 30%, isso se tudo correr bem daqui para frente. As plantas estão bastante afetadas e com porte baixo”, observa.

Um panorama muito semelhante é descrito em Cornélio Procópio, no Norte do Paraná. Segundo o produtor Marco Geraix, a lavoura de milho safrinha também sofreu com a escassez e com a falta de regularidade das chuvas e altas temperaturas. “A estimativa é de perdas entre 20% a 30% para o milho. O porte das plantas também está baixo”, diz.

Em Pato Branco, na região Sudoeste do Estado, algumas áreas também enfrentaram estiagem, altas temperaturas e problemas com a umidade. Lá, no entanto, o grande prejudicado não foi o milho, mas o feijão segunda safra,  segundo os produtores rurais.

“Algumas áreas sofreram com a seca e altas temperaturas de fevereiro. Em geral, a lavoura de milho se desenvolve bem e as recentes chuvas foram benéficas. O feijão segunda safra sofreu mais”, aponta Eucir Brocco.

Apesar de a região também ter enfrentado escassez hídrica, em Araruna, no Noroeste do Paraná, os produtores não relataram problemas significativos.  “O milho se desenvolve bem, sem problemas devido à seca”, afirma o produtor  Vander Furlanetto.

Segundo Ana Paula Kowalski, do Sistema FAEP/SENAR-PR, as perdas de até 30% nas principais regiões produtoras preocupam, porque as cadeias produtivas da pecuária estão bastante aquecidas. A comercialização do produto, por sua vez, segue adiantada.

“Mesmo com a produção de etanol fortemente afetada pelo isolamento social, especialmente nos Estados Unidos, a comercialização de milho no Brasil segue mais adiantada que em safras anteriores e ainda mantendo níveis de preços descolados do mercado internacional, dada justamente nossa demanda interna aquecida”, observa.

 

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