Pesquisadores analisam uso de água tratada de esgotos para produção de arroz no Rio Grande do Sul

Estudos podem evoluir para a utilização também em lavouras de soja e milhoPesquisadores do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), no Rio Grande do Sul, analisam a possibilidade do uso da água que sai das estações de tratamento de esgotos para a produção do grão. O modelo seguido é o adotado pelo governo de Israel. Os estudos são realizados no município de Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre. O material utilizado será proveniente da estação da Companhia Estadual de Saneamento (Corsan), segundo o diretor de operações do órgão, Ricardo Röver Machado..

– A Corsan gera, apenas na nossa estação de tratamento de Cachoeirinha, algo em torno de 30 mil metros cúbicos por dia. De acordo com os dados do Irga, nós podemos, com este volume de efluentes, irrigar algo em torno de 270 hectares. Então, as possibilidades são bastante interessantes – aponta.

Conforme o gerente da divisão de pesquisa do Instituto, Sérgio Lopes, a parceria deve iniciar nos próximos meses.

– Nós já temos programado para fazer neste início de outono, agora, um trabalho em cada vegetação, em vasos, irrigando as plantas de arroz com três fontes de água que seria a água de tratamento de efluentes da Corsan. É a água que a gente quer analisar comparativamente com a de um açude, de uma Reserva Legal que a gente tem aqui de água natural, com uma qualidade muito boa, e também a água captada diretamente do rio – diz.

Uma segunda etapa do projeto acontecerá durante a próxima safra de arroz. Segundo o consultor do Irga, Claudio Mundstock, os pesquisadores utilizarão lavouras de uma estação experimental do Irga em Cachoeirinha, para observar seu comportamento após o uso dos efluentes.

– Avaliaremos as plantas, seu crescimento e continuamente faremos uma avaliação do seu desenvolvimento. E os efeitos que cada um destes tipos de água poderá ter sobre as plantas. Obviamente, estaremos mais atentos à água proveniente da estação de tratamento, porque é uma experiência nova. É algo inovador – explica.

O grupo espera que, além do arroz, a água resultante do tratamento de esgotos também possa ser utilizada em lavouras de soja e milho.