Santa Catarina colhe terceira safra de azeitonas e avalia viabilidade da produção

Epagri estima que cultivo comercial se consolide no prazo de cinco anos. Oliveiras se adaptaram melhor no oeste do EstadoSanta Catarina está colhendo a terceira safra de azeitonas desde que um projeto oficial de pesquisa foi implantado, em 18 áreas experimentais. Dez delas estão produzindo, especialmente no oeste do Estado, onde as plantas tiveram a melhor adaptação.

Em Chapecó, existem 500 pés de 62 variedades, numa área experimental da Epagri. Nove dessas variedades foram aprovadas para cultivo no Estado, explica Dorli Da Croce, coordenador do projeto Oliveira de SC e pesquisador da instituição. Segundo ele, o experimento já comprovou que o Estado tem clima favorável para a cultura.

Para começar a exploração comercial da azeitona para conserva e fabricação de azeite falta, agora, montar uma estrutura para a produção e distribuição de mudas. Além disso, será necessário preparar um projeto de extensão e viabilizar a instalação de indústrias de extração do azeite de oliva.

A Epagri começou a produzir óleo em 2008, com uma máquina importada da Itália. O produto obtido está dentro dos padrões do Conselho Oleícola Internacional.

A vantagem de processar as azeitonas é que, enquanto o produtor recebe R$ 2,50 pelo quilo da fruta, o litro de azeite extravirgem (até 0,8% de acidez) é vendido de R$ 40 a R$ 50 ? para cada litro de óleo são necessários 5,5 quilos de azeitona.

No espaço de um hectare (10 mil metro quadrados), é possível faturar R$ 25 mil com azeitonas em natura, ou até R$ 90 mil com a produção de azeite. Numa lavoura de soja, por exemplo, o retorno máximo para esta área seria de R$ 3 mil.

Um ponto negativo é o custo alto de implantação das oliveiras, que chega a R$ 6 mil por hectare.

Mas Da Croce, da Epagri, argumenta que o retorno justifica este investimento, e por isso existem muitos produtores interessados na cultura. O pesquisador estima que, no prazo de quatro ou cinco anos, existirão vários “jardins de oliveiras” em produção comercial no Estado.

Mercado não falta. O Brasil compra 100% dos produtos derivados da oliveira que consome no exterior, movimentando US$ 250 milhões por ano em importações neste segmento ? US$ 150 milhões em azeitonas e o resto com azeite.

Produzir em SC pode significar preços até 60% menores nas prateleiras dos supermercados, avalia Da Croce, da Epagri.