Valtra demite 120 funcionários em São Paulo

Dispensas resultam de quedas nas vendas de tratores e de colheitadeirasA Valtra, fabricante de máquinas agrícolas pertencente ao grupo Agco, demitiu 120 funcionários, quase 10% do quadro total da unidade de Mogi das Cruzes (SP). É o primeiro movimento de corte de mão de obra no setor neste ano. A empresa alega necessidade de ajustes no volume de produção, após registrar queda de 15% na venda de tratores e de 13% na de colheitadeiras no primeiro quadrimestre. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo informou que o número de demissões pode chegar a 300 e organiza gr

? Os principais motivos da decisão são alguns fatores conjunturais e mudanças nos cenários político e econômico, além da sazonalidade agrícola, que afetam diretamente a demanda de mercado ? informou nota da direção do grupo Agco, que também é dono da Massey Ferguson.
 
Também foi citado o embargo às importações adotado pela Argentina, redução de interesse pelo Programa Mais Alimentos e o aumento dos juros do Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), do governo federal.
 
De janeiro a abril, o mercado total de máquinas agrícolas recuou 7,4% em relação a igual período de 2010, para 20.865 unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Do total vendido, 394 são de máquinas importadas.
 
O setor encerrou abril com 19 mil funcionários, quadro que não era registrado desde 1990. Neste ano, até abril, os dados de maio ainda não foram divulgados, as fabricantes contrataram 538 trabalhadores. No mesmo intervalo, a produção total caiu 4,8%, para 26,7 mil unidades. Procurada, a Anfavea não comentou a situação do setor.
 
A fábrica da Valtra emprega cerca de 1,4 mil pessoas e operava em três turnos. Nesta semana, suspendeu um deles.

? A empresa não procurou o sindicato. Queremos negociar alternativas à demissão e reverter esse quadro ? disse o secretário-geral da entidade, Jorge Carlos de Morais.

O presidente do sindicato, Miguel Torres, ressaltou que, na crise financeira, em 2009, foram feitas negociações com várias empresas alternativas às demissões até que a produção voltasse ao normal. O sindicato pretende fazer o mesmo com a Valtra.