Minc defende investimentos mundiais para combater desertificação

Ministro diz que Brasil é o país com maior número de habitantes em uma região semiáridaO Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, chegou nessa segunda, dia 28, em Buenos Aires, na Argentina, para participar da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP-9). Ele disse que defenderá investimentos mundiais da ordem de US$ 150 bilhões em ações de adaptação em áreas do semiárido e desérticas do mundo atingidas pelo aquecimento global devido às mudanças climáticas. Ele fará conferência nesta terça sobre o tema.

Diante da expectativa de que na Convenção sobre Mudança do Clima (COP-15), que ocorre de 7 a 18 de dezembro em Copenhague (Dinamarca), os países fechem acordo sobre a criação de um fundo de adaptação de US$ 400 bilhões, Minc acredita que seria importante que desse montante, cerca de US$ 150 bilhões fossem aplicados em regiões desérticas e do semiárido ao redor do planeta.

No caso do Brasil, o ministro enfatizou a importância de serem aplicados recursos brasileiros e mundiais na região Nordeste, onde vivem 30 milhões de pessoas. Segundo ele, o Brasil é o país com o maior número de habitantes em uma região semiárida.

Segundo ele, caso a temperatura global suba dois graus até o final do século, o Nordeste perderia cerca de um terço de sua economia. Daí a necessidade de investimentos maciços em ações de adaptação para evitar um desastre maior na região.

O ministro do Meio Ambiente acredita que o Congresso brasileiro aprovará, até o final de outubro, projeto de lei que cria o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas, com 10% de royalties do petróleo, o que garantiria cerca de R$ 1 bilhão por ano para ações de combate aos efeitos das mudanças climáticas. Ele também defendeu que metade desses recursos seja aplicada no Nordeste.

Em sua fala nesta terça, o ministro defende, junto aos participantes, acordos de ecossolidariedade com a África, continente com regiões semiáridas que sofrem com a ação da desertificação. Minc defende ainda que o Brasil, por exemplo, apoie, com transferência de know-how e tecnologia, empreendimentos de plantação de cana-de-açúcar visando à produção de etanol, com exceção de áreas onde se produz alimentos.

A cúpula das Nações Unidas sobre desertificação começou no dia 21 de setembro e vai até o dia 2 de outubro. Além do ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, participam do encontro o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável do MMA, Egon Krakhecke e o coordenador do Programa de Combate à Desertificação, José Roberto Lima.

Durante a reunião, o Governo Brasileiro pretende anunciar a articulação de um grande pacto nacional para a construção de uma agenda de desenvolvimento sustentável para o semiárido, região onde estão localizados 11 estados brasileiros, sendo 9 nordestinos mais Minas Gerais e Espírito Santo. O Governo também vai informar sobre a implementação do Programa Nacional de Combate à Desertificação (PAN/Brasil) que é o norteador para a realização dos planos estaduais de combate à desertitificação.